Ruellia angustiflora (Nees) Lindau Ex Rambo (Acanthaceae): estudo químico e biológico
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Data
2020-03-27Primeiro membro da banca
Carvalho, Camilo Amaro de
Segundo membro da banca
Essi, Liliana
Terceiro membro da banca
Pizzuti, Ionara Regina
Quarto membro da banca
Sagrillo, Michele Rorato
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Ruellia angustiflora (Nees) Lindau Ex Rambo (Acanthaceae) é conhecida popularmente como “flor de fogo” e suas folhas são usadas para promover a cicatrização de feridas, mas não há evidências científicas que apoiem seu uso popular. Esta tese tem como objetivo extrair e caracterizar os extratos de R. angustiflora obtidos por fluido supercrítico e sonda de ultrassom, afim de obter um panorama da composição química da espécie. Além disso, investigar as atividades antioxidante, antimicrobiana, citogenotóxica, antitrypanossona, nematicida e cicatrizante de feridas, afim de respaldar seu uso popular. A extração por fluido supercrítico usando dióxido de carbono (SFE-CO2) identificou ácidos graxos, triterpenos, tetraterpenos, tocoferóis e fitoesteróis. A extração assistida por ultrassom usando etanol (EAU-EtOH), apresentou ácidos fenólicos e flavonoides. Os dois extratos apresentaram atividade antioxidante frente ao radical DPPH, tendo o extrato UAE-EtOH apresentado maior atividade (IC50 26,1±1,4 μg/mL) que SFE-CO2 (IC50 242,4 ± 5,5 μg/mL), sendo o padrão ácido ascórbico (IC50 8,2 ± 0,2 μg/mL). O extrato EAU-EtOH na concentração de 130 mg/mL, foi capaz de inibir o crescimento bacteriano de Acinetobacter baumannii e Aeromonas caviae pelo método de difusão em disco. Para ambos micro-organismos a concentração inibitória mínima foi de 4,4 mg/mL. O tempo de morte foi avaliado como forma complementar ao estudo da atividade antibacteriana. Pelo método de difusão com perfuração de poço o extrato EAU-EtOH apresentou atividade antibacteriana contra Proteus vulgaris, Citrobacter freundii, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis até a concentração de 17,5 mg/mL e para Escherichia coli até 35 mg/mL. O extrato SFE-CO2 na concentração de 130 mg/mL não apresentou atividade antimicrobiana para ambos os métodos avaliados. Tanto o extrato SFE-CO2 como o UAE-EtOH não apresentaram citotoxidade pelo teste de MTT ((3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5- difenil brometo de tetrazolina) nem genotoxicidade no ensaio cometa nas concentrações 500-31,25 μg/mL e 62,5-1,9 μg/mL, respectivamente. Em média os extratos SFE-CO2 e UAE-EtOH e as diluições eliminaram 75% e 77% de larvas J2 do nematoide Meloidogyne javanica, respectivamente. Os extratos SFE-CO2 e UAE-EtOH nas concentrações de 500, 125 e 31,25 mg/mL e 62,5, 15,6 e 1,9 mg/mL respectivamente ao final do experimento (9h), levaram a morte de 100% de Trypanosoma evansi. A avaliação do processo de cicatrização em modelo animal revelou a eficácia do extrato UAE-EtOH em relação à sulfadiazina de prata na concentração de 70 mg/mL. Importantes fitocompostos foram identificados nos extratos de R. angustiflora, ratificando as atividades, antioxidante, antimicrobiana, anti-trypanosoma, nematicida e cicatrizante. Ainda sugere-se segurança destes, visto que não resultaram em efeitos citogenotóxicos. Portanto, o uso medicinal de R. angustiflora é justificável, podendo em estudos futuros ser utilizada como ingrediente ativo em formulação para aplicação clínica no desenvolvimento de novos medicamentos.
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