Comparação de marcadores de estresse oxidativo em sangue, colostro e cordão umbilical após parto vaginal e cesáreo
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Data
2021-08-20Primeiro membro da banca
Bauermann, Liliane de Freitas
Segundo membro da banca
Beck, Sandra Trevisan
Terceiro membro da banca
Azzolin, Gabriela Bonfanti
Quarto membro da banca
Colpo, Elisângela
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A gestação é caracterizada por ser um evento oxidativo com alterações fisiológicas
no organismo para acolher um feto em desenvolvimento. A transição da gravidez
para o puerpério pode ocorrer por meio de diferentes tipos de partos, sendo que a
escolha poderá influenciar consideravelmente o nível de estresse oxidativo gerado.
Se o nascimento ocorrer por parto vaginal, o trabalho de parto poderá causar uma
intensificação da produção de espécies reativas de oxigênio e um declínio do
sistema antioxidante devido a alteração constante da pressão de oxigênio no tecido
placentário durante à contração, além do aumento do consumo de oxigênio pela
musculatura esquelética e uterina. A cesariana eletiva por sua vez, por ser
programada, não envolve o trabalho de parto e pouco se sabe sobre seus efeitos
oxidativos. Após o nascimento, em meio a um cenário de alterações oxidativas, a
mãe passa a produzir o colostro como uma fonte constante de antioxidantes que
podem proteger os recém-nascidos do ataque de espécies reativas. Nesse contexto,
este estudo teve por objetivo comparar marcadores de estresse oxidativo em sangue
materno e no cordão umbilical logo após o parto vaginal (PV) ou cesárea (PC), bem
como avaliar o colostro buscando identificar a relação do tipo de parto com
alterações oxidativas. O estudo avaliando o sangue foi realizado no Hospital
Universitário de Santa Maria com a participação de 76 gestantes e seus neonatos e
as coletas de colostro materno foram realizadas no Hospital Casa de Saúde com a
participação de 61 parturientes. O dano oxidativo foi avaliado em sangue materno e
fetal através da quantificação de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS),
produtos avançados de oxidação proteica (AOPP) e a defesa antioxidante por meio
de grupos tióis protéicos (P-SH) e não proteicos (NP-SH), capacidade plasmática de
redução de ferro (FRAP), capacidade antioxidante total (TAC) e atividade da enzima
catalase (CAT). A enzima delta aminolevulinato desidratase (δ-ALA-D) foi
mensurada pela primeira vez para o nosso conhecimento no cenário obstétrico em
sangue materno e fetal. Em colostro materno avaliou-se a relação nitrato/nitrito
(NOx), AOPP, vitamina C, grupamentos tiólicos e FRAP. Através dos resultados
obtidos podemos verificar que há diferenças nos marcadores de estresse oxidativo
em diferentes tipos de parto. As mães que realizaram parto vaginal mostraram maior
oxidação e diminuição das defesas antioxidantes em relação a cesariana. O tipo de
parto não alterou significativamente os parâmetros oxidativos em neonatos e
colostro materno. Porém, as defesas antioxidantes apresentaram-se diminuídas
nestes grupos, quando realizado o parto vaginal. Em conclusão, o parto vaginal
mostrou maior alteração de parâmetros de estresse oxidativo no momento e logo
após a realização do parto, tanto em mães como em seus neonatos, sendo
necessários novos estudos para avaliar os efeitos na saúde ao longo da vida. Uma
dieta rica em antioxidantes pode ser incentivada, especialmente as gestantes que
planejam ter parto vaginal.
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