O sentido do trabalho a partir da experiência de migrantes venezuelanos e seus reflexos na socialização e diversidade no mercado de trabalho
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Data
2021-12-02Primeiro membro da banca
Grohmann, Márcia Zampieri
Segundo membro da banca
Marquetto, Matheus Frohlich
Metadata
Mostrar registro completoResumo
São múltiplas as motivações que levam um indivíduo a migrar, como guerras, crimes políticos, fuga da pobreza e/ou calamidade, terrorismo, entre outros. Cada vez mais indivíduos estão migrando em busca de melhores oportunidades, especialmente de emprego e melhores condições e melhoria da qualidade de vida. O presente estudo buscou compreender como se dá o sentido do trabalho, a socialização e a diversidade na inserção dos migrantes venezuelanos no mercado de trabalho no município de Santa Maria/RS. Para isso, foi realizada uma pesquisa descritiva, exploratória do tipo qualitativa. Identificou-se uma ampla gratidão pela oportunidade de estarem inseridos no mercado de trabalho; na percepção do esforço e da valorização de um grupo compreensivo e apto para auxiliar em questões de dúvidas; no amplo senso de aprendizado e em um ambiente de trabalho em que se sentem abertos para ampliarem seus conhecimentos, com um bom clima organizacional. No contexto do trabalho e seus sentidos, ficou evidente a importância para o migrante, de manter-se ocupado, possuir certa autonomia em sua atividade laboral, exercer um trabalho que seja útil para a sociedade, que seja moralmente aceito e produza relações interpessoais satisfatórias. Os que se mostraram insatisfeitos com o seu trabalho atual, estão nessa condição, em razão da desvalorização por parte dos superiores, pela ocupação em si e pela barreira do idioma. Em relação a socialização, foi possível identificar uma boa integração e adaptação à organização/empresa, através de suas normas, valores e costumes, ao grupo/equipe e às tarefas executadas, sendo o idioma um fator dificultador. A maioria buscou adequação à nova realidade no Brasil, através do entrosamento com seus colegas e superiores. No aspecto de inserção no ambiente laboral e a sua percepção e senso de pertencimento ao grupo/equipe, percebeu-se um cenário positivo, apesar de não ocorrer de forma unânime entre os participantes, destacando-se os relatos das entrevistadas do sexo feminino, em que apontaram sentir-se discriminadas e desvalorizadas, como ficou evidente em vários momentos da discussão. O trabalho nos traz à luz a percepção de que se faz necessário formular e implementar políticas públicas de inserção social dos migrantes que chegam no Brasil, particularmente os recepcionados por razões humanitárias como é o caso dos venezuelanos. Para estudos futuros, destaca-se algumas sugestões delineadas a fim de ampliar e aprofundar o conhecimento relativo à migração, sentido do trabalho, diversidade e inclusão, os quais possam contemplar a análise de diferentes ângulos acerca do assunto ora analisado, especialmente no que se refere à maneira como os demais colaboradores, no caso trabalhadores brasileiros e chefia superior, lidam com a inclusão e a diversidade.
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