Perfil sorológico e oxidativo de gestantes recebendo tratamento para infecção pelo Toxoplasma gondii e acompanhamento dos resultados perinatais
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Data
2022-03-25Primeiro coorientador
Beck, Sandra Trevisan
Primeiro membro da banca
Benvegnú, Dalila Moter
Segundo membro da banca
Chitolina, Maria Rosa
Terceiro membro da banca
Campos, Marli Matiko Anraku de
Quarto membro da banca
Vaucher, Rodrigo de Almeida
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A toxoplasmose é uma patologia de abrangência mundial, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii (T. gondii), que pode acometer o ser humano em qualquer período da vida, porém, torna-se de extrema relevância quando atinge pela primeira vez mulheres na gestação. A doença neste período, na maioria dos casos sem manifestações clínicas, pode levar ao acometimento fetal, provocando complicações. Entre os principais fatores envolvidos na fisiopatologia das doenças, incluindo a toxoplasmose, destaca-se o estresse oxidativo. Diante disso, este trabalho objetivou verificar em gestantes diagnosticadas e tratadas para infecção por T. gondii, possíveis alterações nos parâmetros imunológicos, clínicos e oxidativos, bem como avaliar os resultados perinatais. O estudo contou com 27 gestantes pertencentes ao grupo controle, e 55 com a doença, destas, 42 confirmaram fase aguda e 26 fizeram uso do esquema tríplice (sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico – SPAF) como tratamento, sendo os grupos constituídos por essa descrição. As amostras e dados foram coletados no período de fevereiro de 2017 a setembro de 2019. As participantes com toxoplasmose foram infectadas durante o Surto ocorrido em 2018 na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Os critérios imunológicos foram avaliados através da detecção de imunoglobulina M (IgM) e imunoglobulina G (IgG), bem como teste de avidez de IgG, sendo relacionados com a sintomatologia. A análise da condição geral foi realizada por parâmetros clínicos e laboratoriais. Já o estresse oxidativo foi determinado pela quantificação de marcadores de dano oxidativo (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e óxido nítrico (NO)), assim como protetores do estresse oxidativo (grupamentos tiólicos proteicos (P-SH) e não proteicos (NP-SH), vitamina C, capacidade plasmática de redução de ferro (FRAP)), além da verificação da atividade da enzima δ-aminolevulinato desidratase (δ-ALA-D). Os resultados perinatais foram averiguados pelo grau de comprometimento clínico dos recém-nascidos através de análise de registros médicos. A resposta sorológica materna foi heterogênea, com maiores níveis de anticorpos IgM entre as gestantes que apresentaram sintomas no momento do diagnóstico. Em algumas gestantes, foram encontrados níveis menores de IgM, nem sempre acompanhados de baixa avidez de IgG, a despeito do diagnóstico de infecção aguda, diferindo do perfil sorológico clássico esperado. O tratamento instituído no momento da detecção da doença, para todas as gestantes, permitiu que apenas três recém-nascidos apresentassem a forma congênita. Os parâmetros marcadores de dano (TBARS e NO), assim como a maioria dos antioxidantes (P-SH, NP-SH e FRAP) e atividade da enzima δ-ALA-D, mostraram-se superiores nas gestantes com a doença, indicando que o tratamento farmacológico recebido pode ter estimulado uma resposta compensatória protetora. A partir deste estudo, ouve um acréscimo de informações na literatura a respeito do tema, salientando a necessidade de novos biomarcadores, bem como reforçando a importância da instituição e manutenção do tratamento.
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