Efeito da micronização sobre a biotransformação do bagaço de oliva em modelo estático de fermentação colônica
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Data
2022-02-14Primeiro coorientador
Somacal, Sabrina
Segundo coorientador
Ballus, Cristiano Augusto
Primeiro membro da banca
Serra, Ana Teresa
Segundo membro da banca
Lozano-Sánchez, Jesús
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A olivicultura
, nos últimos apresentou crescimento significativo no Brasil, com destaque
para o estado do Rio Grande do Sul, o qual apresenta condições climáticas favoráveis para
esta cultura e que proporcionou um aumento do número de olivais e do volume de azeite
produzido. Da fabricação do azeite de oliva é gerado o bagaço de oliva, resíduo sólido que
requer tratamento prévio para adequado descarte. O bagaço de oliva é rico em polifenóis e
fibra alimentar, mas devido ao seu elevado t eor de lignina é pouco acessível para digestão e
metabolização. Uma alternativa para modificar a matriz fibrosa e aumentar a sua
funcionalidade é a utilização de métodos físicos como a micronização Assim, o objetivo deste
estudo foi avaliar os efeitos da micronização sobre a biotransformação do bagaço de oliva
utilizando um modelo de fermentação colônica com fezes humanas in vitro , investigando o
impacto deste processo sobre as características nutricionais do resíduo. A pós a simulação in
vitro da digestão e fermentação , a biotransformação dos compostos fenólicos durante a
fermentação foi avaliada por HPLC MS MS. O bagaço de oliva bruto, ou seja, não fracionado
(NF) foi submetido ao fracionamento granulométrico (F2NM) e apresentou tamanho de
partícula de 143.0 ± 5.3 µm . Já o bagaço de oliva fracionado e micronizado (F2MTL)
apresentou tamanho de partícula de 22.4 ± 0.9 µm, permitindo uma padronização do tamanho
das par tículas no bagaço de oliva. Durante a fermentação foi observad o a redução no pH em
8h para F2MTL , em 24 h e 48 h para F2NM e F2MTL e c omparado ao controle sem amostra.
No tempo inicial da fermentação (0 h a fração F2MTL apresentou a maior concentração de
compostos fenólicos totais dentre as amostras analisadas . A micronização favoreceu a
liberação de hidroxitirosol em F2MTL comparado com o F2NM em 2h e 8h (p < 0, 05).
Tirosol aumentou apenas para F2MTL em 2h. A quantidade de oleuropeína foi significativa
para F2MTL em 0h e foi completamente degradada até 2 h e a oleuropeína aglicona em
F2NM e F2MTL aumentou a liberação em até 2h de fermentação. O fracionamento
granulométrico a ssociado à micronização, favoreceu a liberação dos compostos fenólicos
ligados à matriz produzindo maior quantidade de compostos fenólicos durante a fermentação
quando comparado ao bagaço de oliva não micronizado. Ensaios in vivo são necessários para
confi rmar a biodisponibilidade d os compostos fenólicos e o efeito sobre a microbiota
intestinal para , assim, confirmar os efeitos benéficos do bagaço de oliva micronizado na saúde
humana.
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