Representações sociais e profissionais da saúde: saúde sexual e reprodutiva dos homens, masculinidades e infertilidade
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Data
2022-07-25Primeiro membro da banca
Bousfield, Andréa Barbará da Silva
Segundo membro da banca
Cadoná, Eliane
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A saúde sexual e reprodutiva dos homens foi consolidada por Lei no ano de 2009 no Brasil, porém, ainda é tímida a discussão sobre o assunto, tanto no meio acadêmico quanto no cotidiano das pessoas, principalmente quando se refere à infertilidade em homens. Ainda há muitos tabus, mitos e estereótipos pairando o assunto, por circular no imaginário social que os homens devem ser fortes, viris, reprodutores. Considerando que questões de saúde sexual e reprodutiva dos homens, incluindo a infertilidade, envolvem, além de questões biológicas e médicas, questões sociais, relacionais e ambientais, realizamos uma pesquisa durante o mestrado em psicologia, cujo objetivo foi identificar e compreender as diferentes representações que profissionais da saúde constroem sobre as masculinidades e sobre a infertilidade em homens. A dissertação está dividida em 3 partes. Na primeira, desenvolvemos o aporte epistemológico e metodológico que sustentou a construção da pesquisa. Na segunda, apresentamos um estudo de revisão integrativa acerca da infertilidade em homens (estudo 1). Na terceira parte, consta um estudo cujo objetivo foi compreender como representações sociais de masculinidades constituem as práticas de profissionais da saúde relacionadas à problemática da infertilidade em homens. Realizamos uma pesquisa qualitativa, com entrevistas semiestruturadas com 12 profissionais de saúde da rede pública e privada, que trabalham com saúde sexual e reprodutiva de homens no Rio Grande do Sul, Brasil (estudo 2). Os resultados do estudo 1 indicam que: (a) a infertilidade em homens ainda é vislumbrada por um viés biológico e médico, atravessada por diferentes mitos e estereótipos, (b) as masculinidades, nas suas diferentes nuances, interferem na construção das representações sociais sobre infertilidade em homens e (c) há barreiras no acesso a serviços de saúde que estão conectadas às representações sobre masculinidade. O estudo 2 apontou para diferentes representações de masculinidade, incluindo a hegemônica e as masculinidades não normativas, e que a infertilidade ainda está associada às mulheres. O estudo ainda trouxe que existem problemas na estrutura física, atendimento prestado e procura dos serviços de saúde sexual e reprodutiva por homens, fazendo com que não ocorram ações preventivas em saúde. Os estudos apresentados possibilitaram responder aos objetivos da pesquisa e contribuíram para o entendimento de um campo de estudo que merece atenção, a saúde sexual e reprodutiva de homens. Foram encontradas dificuldades na realização do estudo 2 decorrentes das condições impostas pela pandemia da COVID-19, o que ocasionou modificações na forma como as entrevistas foram realizadas. A pesquisa ocorreu por meio das plataformas online, impactando na adesão dos participantes à pesquisa. Sugerimos a realização de outros estudos de revisão sobre o tema, considerando outros idiomas e países, ampliando reflexões sobre o assunto; da mesma forma, estudos empíricos que possam olhar para a infertilidade através de outros públicos, como os homens com infertilidade ou, também, estudos com profissionais de saúde de outras regiões e localidades.
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