Vitaminas “C” e “E” na resposta inflamatória e na funcionalidade musculoesquelética após exercícios físicos: revisões sistemáticas
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Data
2022-05-23Primeiro coorientador
Schuch, Felipe Barreto
Primeiro membro da banca
Nunes, Guilherme Silva
Segundo membro da banca
Schardong, Jociane
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A prática regular de exercícios físicos, quando realizada em alta intensidade resulta em
dano muscular, que leva a uma resposta inflamatória e redução da funcionalidade. A
suplementação com antioxidantes exógenos, como as vitaminas “C” e “E” pode ser uma
estratégia utilizada para atenuar esses danos induzidos pelos exercícios. Porém seus efeitos
sobre a resposta inflamatória e a funcionalidade musculoesquelética após os exercícios
físicos, ainda são controversos. Diante disso, essa dissertação se propôs a realizar duas
revisões sistemáticas que objetivaram: 1) verificar os efeitos da suplementação de vitamina
“E” isolada e 2) associada a vitamina “C” sobre a resposta inflamatória e a funcionalidade
musculoesquelética após exercícios físicos em voluntários saudáveis e atletas. A estratégia de
busca foi realizada nas bases de dados MEDLINE (PubMed), Cochrane CENTRAL,
EMBASE, Sport Discus e Web of Science, com os descritores “Adult”, “Healthy volunteers”,
“Athlete”, “Vitamin E”, “Tocopherols”, “Alpha-tocopherol”, “Ascorbic acid” e “Exercise”.
Foram incluídos ensaios clínicos randomizados (ECR) e controlados por placebo que
avaliaram os efeitos da suplementação de vitamina “E” isolada e combinada à vitamina “C”
sobre a resposta inflamatória e a funcionalidade musculoesquelética após exercícios físicos
em voluntários saudáveis. A leitura de título, resumo e texto completo, assim como a análise
do risco de viés (RoB 2.0), a extração de dados dos estudos e a certeza da evidência
(GRADE) foi realizada por dois revisores independentes. Foi utilizado um modelo de efeito
randômico para comparar mudanças médias antes e após os exercícios nos sujeitos que
receberam as vitaminas ou placebo. Os dados são apresentados pelo standard mean difference
(SMD) e os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Foram incluídos vinte
ECR, com 298 indivíduos na revisão da vitamina “E”, e dezoito ECR, com 322 indivíduos na
revisão das vitaminas (C e E). A suplementação de vitamina E isolada, não atenuou o estresse
oxidativo, marcadores inflamatórios e de dano muscular, dor muscular e nem melhorou a
força muscular após uma sessão de exercícios. A combinação das vitaminas (C+E) atenuou a
peroxidação lipídica (SMD = -0,703; IC95% = -1,035 a -0,372; p<0,001), a interleucina-6
(IL-6) (SMD = -0,576; IC95% = -1,036 a -0,117; p=0,014), o cortisol (SMD = -0,918; IC95%
= -1,475 a -0,361; p=0,001) imediatamente, e os níveis de creatina kinase (CK) 48h (SMD = -
0,991; IC95% = -1,611 a -0,372; p=0,002) após os exercícios. Entretanto, não modificaram as
carbonilas proteicas, a proporção glutationa reduzida/oxidada, a catalase, o receptor de
interleucina-1, a proteína C reativa, a lactato desidrogenase, a dor e a força muscular. Os
resultados sugerem que a suplementação da combinação das vitaminas (C+E) pode ser
empregada nesse contexto, pois atenua o estresse oxidativo (peroxidação lipídica), a resposta
inflamatória (IL-6), os níveis de cortisol e o dano muscular (CK) após uma sessão de
exercícios físicos em voluntários saudáveis. A certeza da evidência é baixa ou muito baixa e
os achados devem ser interpretados com cautela.
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