Efeito do ânion superóxido em marcadores de senescência proliferativa e funcional de fibroblastos dérmicos humanos
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Data
2022-08-26Primeiro coorientador
Cruz, Ivana Beatrice Mânica Da
Primeiro membro da banca
Braz, Melissa Medeiros
Segundo membro da banca
Zimmermann, Carine Eloise Prestes
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O envelhecimento é um processo irreversível que está associado ao declínio de certas
funções biológicas, incluído aquelas visíveis na pele. O estresse oxidativo, resultante da
formação em excesso de espécies reativas de oxigênio (EROS), como o ânion superóxido (O2●),
pode ser considerado o mecanismo central do envelhecimento cutâneo. Apesar da relevância do
metabolismo oxidativo no envelhecimento estar bem consolidada, as investigações sobre o tema
não abordam o papel específico das diferentes EROs no desencadeamento de alterações
relacionadas a senescência. Neste sentido, é possível que alterações nos níveis de O2●
mitocondrial induzam alterações proliferativas e funcionais nos fibroblastos dérmicos
contribuindo para o envelhecimento da pele. Para testar essa hipótese, o presente estudo avaliou
o efeito in vitro do desbalanço farmacológico do ânion superóxido, induzido pela exposição aguda
à rotenona, na modulação de marcadores de senescência replicativa e funcional de fibroblastos
dérmicos jovens. Para tanto, culturas da linhagem comercial de fibroblastos humanos (HFF-1)
foram expostas à rotenona por 72 horas e comparadas com o grupo controle em dois protocolos
complementares. O primeiro protocolo avaliou cinco diferentes concentrações de rotenona a fim
de identificar a concentração que fosse capaz de desencadear alterações de senescência na
atividade da β-galactosidase, proliferação celular, apoptose e marcadores de ânion superóxido.
Em um segundo momento, o efeito da concentração de rotenona escolhida no protocolo anterior
foi avaliado em alterações cromossômicas por teste de micronúcleo, marcadores de estresses
oxidativo, interconexões de fibroblastos e deposição de colágeno intra e extracelular. O impacto
da rotenona na expressão de genes que participam do metabolismo do colágeno também foi
investigado aqui. Os resultados mostraram que, embora as células tratadas com rotenona não
tenham expressado aumento dos níveis de superóxido, houve diminuição na atividade do
metabolismo mitocondrial (concentrações de 0,5 a 1,5 µM) e um aumento nos níveis de atividade
da β-galactosidase (concentrações de 0,5 a 2,5 µM). Além disso, nenhuma das concentrações
apresentou atividade citotóxica, nem foram capazes de induzir interrupção na taxa de síntese
celular. Entretanto, a rotenona na concentração de 1 µM induziu um aumento na frequência de
células apoptóticas. Com base nestes resultados a concentração de 1 µM de rotenona foi
utilizado em testes complementares mostrando maior dano ao DNA, aumento nos níveis de
marcadores oxidativos, diminuição das conexões de fibroblastos citoplasmáticos e na deposição
de colágeno extracelular. Uma análise adicional mostrou downregulation dos genes do colágeno
I, FGF-2 e FGF-7, e superexpressão do gene MMP-1. Apesar das limitações metodológicas
inerentes ao estudo in vitro, nossos resultados sugerem que o O2● pode ser considerado uma
molécula oxidativa desencadeadora de alterações pró-senescência replicativa e funcional nos
fibroblastos, contribuindo para o envelhecimento da pele.
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