Diagnóstico de acidentes ocupacionais em um hospital veterinário universitário do sul do Brasil
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Data
2022-08-25Primeiro coorientador
Silva, Cássia Bagolin da
Primeiro membro da banca
Paim, Carlos Breno Viana
Segundo membro da banca
Basso, Paula Cristina
Terceiro membro da banca
Dornelles, Guilherme Lopes
Quarto membro da banca
Jaguezeski, Antonise Mariely
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Estudos mostram que o risco de acidentes e a taxa de acidentalidade no ambiente veterinário
tem sido superior, comparando com outras profissões. Hospitais e clínicas veterinárias oferecem os
mesmos riscos inerentes à área de saúde humana, no entanto pesquisas no âmbito da saúde ocupacional
do serviço público e estatísticas específicas da área de ambiente veterinário ainda são escassas. Diante
deste cenário, fez-se necessário investigar as ocorrências de acidentes ocupacionais e quais os riscos que
os trabalhadores e alunos do Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM), estão expostos. Para isto, foi realizada uma consulta sobre a rotina de trabalho,
saúde ocupacional e ocorrência de acidentes, junto aos colaboradores deste hospital veterinário, através
de um questionáriocom 31 questões, elaborado pelos autores, abordando questões sobre idade,
gênero, tempo de vivência no local de trabalho, qualidade do sono e satisfação com trabalho,
hábitos de higiene e de trabalho, desconfortos físicos ou mentais, conhecimento de normativa
específica, exposições a riscos, situações de acidentes com materiais biológicos, químicos,
perfurocortantes, envolvendo os pacientes, presença de sentimento de impotência perante o
sofrimento do animal, registros de acidentes e mudanças na postura perante trabalho. Incluímos
em nossa pesquisa 55 servidores Técnicos-Administrativos em Educação (TAE), 12
trabalhadores terceirizados e 25 professores lotados no local de estudo, para o manuscrito I.
Para o manuscrito II, enviamos o questionário para sete associações de turmas de graduação em
veterinária, matriculados a partir do quinto semestre (período que iniciam práticas dentro do
hospital) até o 10° semestre, para 42 alunos do Programa de Pós-Graduação em Medicina
Veterinária (cujos orientadores estão lotados no hospital veterinário) e para 29 alunos do
Programa de Residência em Área Profissional da Saúde, correspondente as áreas de
concentração: Clínica Médica de Pequenos Animais, Patologia Clínica, Diagnóstico por
Imagem, Clínica de Ruminantes, Cirurgia Veterinária e Anestesiologia Veterinária. Nossos
resultados entre os diferentes trabalhadores, demonstram que o que o conhecimento de
normativa específica para ambiente de saúde foi maior no grupo de trabalhadores que
receberam treinamento. A conduta de descarte de agulhas tem relação com afirmações de
acidente envolvendo material perfurocortante para técnicos administrativos. Acidentes que
envolveram diretamente os pacientes, acidentes envolvendo secreções biológicas e risco de
exposição à radiação ionizante foram os de maior percentual para afirmações entre os
colaboradores, embora não tenham apresentado afirmações entre os trabalhadores terceirizados.
Agressões físicas ou verbais foram afirmadas em todos os grupos, bem como a busca por
atendimentos especializados para tratar desconfortos ou lesões relacionadas ao trabalho no
hospital veterinário. A falta de conhecimento sobre a conduta na realização de registros de
acidentes, foi o motivo mais citado para falta desta. Os resultados encontrados para os
estudantes revelam que o hábito de higienizar as mãos está presente para 43,9% dos estudantes,
o uso de equipamentos de proteção individual por 48,3%. A Normativa Regulamentadora 32 é
conhecida por 39,4%, os acidentes com perfurocortantes foi afirmado por 76,1%, existindo
associação entre estas variáveis apenas no grupo da residência. Os acidentes com matérias biológicos ocorreram com 63,9%, 80,5% afirmam acidentes envolvendo os pacientes e a
possibilidade de exposição à radiação ionizante por 73,2% dos estudantes. A ocorrência de
zoonoses foi verificada maior na pós-graduação em 13,0%, assim como os acidentes com
químicos em 34,8%. O gênero feminino é predominante nos três grupos somando 69,3%.
Desconfortos físicos ou mentais foram relatados por 43,9% dos estudantes, sendo ansiedade a
queixa mais frequente. Os registros de acidentes foram feitos por apenas 9,7% dos alunos, no
entanto 69,3% afirmam mudarem sua postura perante as atividades. Acreditamos que este
trabalho, seja um estímulo para dar maior visibilidade ao ambiente hospitalar veterinário, que
carece de normas e regulamentações para as práticas que envolvem situações específicas deste
ambiente de trabalho, bem como, um sistema de notificação de acidentes também especifico.
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