Entre zonas de silêncio e (re)existências: a trajetória de crianças venezuelanas nas escolas de educação infantil de Santa Maria/RS
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Data
2022-12-15Primeiro coorientador
Mattos, Renan Santos
Primeiro membro da banca
Santiago, Flávio
Segundo membro da banca
Segat, Taciana Camera
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O aumento dos fluxos migratórios para o Brasil a partir de 2010 impôs um novo olhar
para as migrações internacionais, principalmente oriundas do Sul Global. Dentro
desse contexto, aumentou também o número de crianças imigrantes no Brasil,
necessitando de um olhar específico para as crianças desse grupo social. Nesse
sentido, a pesquisa versa sobre a experiência das crianças venezuelanas na
Educação Infantil, e busca identificar os desafios e possibilidades no campo social e
educacional ao acesso e permanência das crianças imigrantes na rede municipal de
ensino. A motivação da pesquisa reside na possibilidade de acompanhar as
trajetórias e vivências de crianças venezuelanas na Educação Infantil da rede
pública de Santa Maria/RS, suas principais dificuldades e desafios desde a chegada
no Brasil, na permanência e no acolhimento escolar. Apesar de o trabalho ser um
estudo do caso de Santa Maria/RS, pode se tornar um ponto de partida para se
discutir e sugerir políticas públicas visando uma educação emancipatória,
intercultural e de luta contra a discriminação. Como problemática que direciona o
estudo questiona-se: quais os desafios e possibilidades para a garantia do direito à
Educação Infantil de crianças venezuelanas no Brasil, partindo-se das experiências
na rede municipal de Santa Maria/RS? Diante da problemática da pesquisa, o
objetivo geral é identificar os desafios e possibilidades no campo social e
educacional do acesso e permanência de crianças venezuelanas na escola, a partir
da experiência das crianças matriculadas na rede municipal de Educação Infantil
de Santa Maria/RS. Por meio do acompanhamento de crianças imigrantes nas
instituições educativas busco encontrar caminhos metodológicos que rompam com a
universalização e com a impessoalidade historicamente produzidas pela
colonialidade e pelo adultocentrismo, trazendo a criança imigrante como sujeito que
possui sua palavra, que produz cultura e deve participar do espaço político.
Metodologicamente, a pesquisa é alicerçada em princípios etnográficos e embasada
na metodologia de pesquisa com crianças. Dessa forma, a abordagem metodológica
dessa pesquisa está comprometida com o rompimento da lógica adultocêntrica
predominante nas ciências sociais e humanas, de maneira que a pesquisa de campo
realizada nas escolas municipais será fundamentada no encontro, no diálogo, na
observação e, principalmente, na escuta de crianças venezuelanas. A pesquisa
suscitou reflexões sobre as lacunas do direito à educação, bem como sobre a
necessidade de atuar na construção e inclusão de diferentes saberes, formas de ser
e estar dentro dos espaços de Educação Infantil.
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