Cenários alternativos de política monetária para a economia brasileira a partir de um modelo de simulação: 1995-2015
Abstract
Em ambiente de abertura econômica e integração financeira alguns analistas argumentam
que há escassos graus de liberdade para uma política monetária voltada para objetivos
nacionais, como maior nível de produção em regime de baixa inflação. Evidências empíricas
recentes indicam que a autoridade monetária conserva, no presente contexto, graus de
liberdade bem mais amplos para impor uma redução mais acentuada sobre a taxa básica de
juros da economia. Na mesma direção desses trabalhos, o principal objetivo deste estudo,
através de um modelo de simulação, é gerar cenários prospectivos para investigar o efeito
de uma política monetária em patamares internacionais sobre a taxa de investimento, a taxa
cambial e a taxa de inflação para os próximos oito anos de governo. Os resultados das
simulações indicam que, para uma taxa de juros de 3,66% ao ano, sob a hipótese de salário
constante, a expansão da capacidade produtiva é substancial, porém, verifica-se uma
acentuada queda no índice de preços, refletindo a redução dos custos monetários de
produção repassada às margens de lucro das empresas, para uma produtividade média do
trabalho crescente. Sob a hipótese de salário em ascensão, uma política de juros em
patamares internacionais resulta em uma taxa de inflação muito similar ao cenário de
continuidade, caracterizado por uma taxa de juros de 15,39% a.a., todavia, com um
aumento substancial no crescimento da capacidade produtiva. Com uma política de
continuidade a perda anual, em média, no acréscimo da capacidade produtiva é de 7,45%.
O aumento na capacidade produtiva é consistente com uma taxa de câmbio mais
competitiva para o País sem produzir aumento na taxa de inflação. Com base nos
procedimentos técnicos utilizados a pesquisa pode ser classificada como experimental. Em
todas as simulações a estabilidade dos preços foi preservada.