Doença de chagas aguda e suas implicacões comportamentais, no perfil oxidativo e sinalização purinérgica em modelo experimental sob terapia com Resveratrol
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Data
2022-12-14Primeiro coorientador
Chitolina, Maria Rosa
Segundo coorientador
Monteiro, Silvia Gonzalez
Primeiro membro da banca
Oliveira, Camila Belmonte
Segundo membro da banca
Costa, Márcio Machado
Terceiro membro da banca
Tonin, Alexandre Alberto
Quarto membro da banca
Zanini, Daniela
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Doença de Chagas, causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi é
endêmica da América do Sul e possui ampla distribuição geográfica, mas ainda é
considerada uma doença negligenciada. Uma vez instalada, a Doença de Chagas
causa no hospedeiro um intenso processo inflamatório com ativação de cascatas
imunes e inflamatórias, com liberação de inúmeros produtos celulares que visam o
controle da multiplicação parasitária. São inúmeros processos celulares envolvidos,
sendo que daremos destaque aqui no papel do estresse oxidativo e do sistema
purinérgico, através da maquinaria celular, ambos processos com foco na homeostase
celular em processo anti e pró-inflamatórios. Além disso, dispomos hoje, de apenas
um tratamento farmacológico liberado no Brasil. Sabemos que todos esses processos
celulares podem ser revertidos ou potencializados por moléculas exógenas. Neste
sentido, neste trabalho nós estudamos o efeito da molécula do resveratrol (RSV)
frente a uma infecção aguda causada pelo T. cruzi. Para isso, realizamos três
experimentos independentes para avaliar a função do RSV livre ou associado com o
benznidazol (BNZ). No primeiro estudo, avaliando o RSV frente a condição de
estresse oxidativo causado pela infecção por T. cruzi. Nossos achados sugerem que
o resveratrol não possibilitou uma resposta antioxidante adequada, que se resulta na
eliminação eficiente de espécies reativas ao oxigênio (EROs) no fígado durante a
doença de Chagas aguda. Não foram observados efeitos diretos ou indiretos do RSV
nas formas tripomastigotas; no entanto, o RSV estimulou o estresse nitroso (NOx).
No segundo estudos, avaliamos a resposta do RSV livre ou em associação com o
BNZ, evidenciamos que a associação entre RVS + BNZ parece ser benéfica no que
diz respeito ao dano inflamatório causado pela infecção parasitária. Com relação aos
efeitos na sinalização purinérgica, observamos aumentos na hidrólise de ATP e ADP
por NTPDase no córtex total de animais infectados. O tratamento com RSV no grupo
infectado diminuiu a hidrólise de ATP, ADP e AMP em relação ao grupo infectado. A
combinação RSV + BNZ (100mg/kg) diminuiu a hidrólise do AMP nos animais
infectados em relação ao grupo INF, exercendo efeito anti-inflamatório. Avaliamos
também a implicação do parasitismo e os tratamentos de RSV livre ou em associação
com BNZ em relação ao comportamento de camundongos, ao final de nossos
estudos, podemos observar que a dose de RSV (100mg/kg por 7 dias) utilizada neste
estudo parece exercem efeitos benéficos, como por exemplo a melhora no
reconhecimento de objetos no grupo tratado com RSV+BNZ INF, além disso, dados
da literatura revelam que em algumas situações um parasito pode ajustar a resposta
comportamental de seu hospedeiro para refletir o seu próprio interesse. Nesse
sentido, pode ser do interesse da comunidade médica/científica utilizar o RSV como
adjuvante na terapia farmacológica tradicional para a Doença de Chagas, mas para
isso ainda são necessários mais estudos que garantam seu uso seguro.
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