Efeitos do treinamento muscular inspiratório de alta intensidade na espessura diafragmática em pacientes pós-revascularização do miocárdio: ensaio clínico randomizado
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Data
2019-08-09Primeiro membro da banca
Fontoura, Fabrício Faria da
Segundo membro da banca
Pasqualoto, Adriane Schmidt
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O treinamento muscular inspiratório (TMI) de moderada a alta intensidade tem sido incluído em programas de
reabilitação cardíaca (RC), em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM).
Atualmente, tem ganhado força a inclusão do TMI na Fase II, já que as repercussões na função pulmonar e a
redução da capacidade funcional ainda se fazem presentes tardiamente. A ultrassonografia tem se mostrado útil
na avaliação das características anatômicas de muitos grupos musculares e considerada como uma proposta
alternativa de análise da função e espessura diafragmática. O presente estudo teve como objetivo avaliar o
impacto da adição do TMI de moderada a alta intensidade associado ao exercício aeróbico e resistido, de curto
prazo, sobre a espessura diafragmática em pacientes pós-CRM na Fase II da RC. Trata-se de um ensaio clínico
randomizado duplo cego, envolvendo 19 pacientes pós-CRM aleatoriamente divididos em grupo intervenção
(GI; n=10) submetidos ao TMI de moderada a alta intensidade associado ao exercício aeróbico e de resistência,
com progressão da carga do TMI e grupo sham (GS; n=9) que realizou o TMI combinado ao exercício aeróbico e
de resistência, cuja carga do TMI foi mínima e mantida constante, durante 12 semanas, 2 vezes por semana, 5
séries de 10 repetições. Pré e pós-intervenção foram avaliadas: avaliação inicial (anamnese), espessura
diafragmática (ultrassonografia), qualidade de vida (MacNew QLMI), força muscular respiratória
(manovacuometria), capacidade funcional (distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos – DPTC6M),
resistência muscular respiratória (teste incremental e teste constante) e força de preensão palmar (FPP). Na
análise estatística a normalidade das variáveis foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. As variáveis contínuas
foram apresentadas em média ± desvio padrão (DP) e intervalo de confiança de 95% (IC 95%), já as variáveis
categóricas em frequências absolutas e porcentagens. A comparação intragrupo foi realizada através do teste T
de Student. Já a comparação entre grupos foi realizada por meio da ANOVA de duas vias. O tamanho do efeito
foi determinado a partir do d de Cohen. O nível de significância foi de 5% (p <0,05). Houve aumento
significativo de 13% na espessura muscular diafragmática no GI (0,02cm IC 95% 0,001 a 0,036; Cohen d 0,66).
Em relação á PImáx houve aumento significativo de 31% no GI (26,60cmH2O IC 95% 16,37 a 36,8; Cohen d
0,38). A variável resistência muscular inspiratória apresentou aumento significativo de 29% na PimáxS no GI
(16,1cmH2O IC 95% 0,46 a 31,74; Cohen d 0,85). A DPTC6M e a PEmáx apresentaram aumento significativo
tanto no GI quanto no GS, não havendo diferença significativa na comparação entre os grupos. Na comparação
entre os grupos, não foram evidenciadas diferenças significativas para todos os desfechos avaliados. Os
resultados encontrados neste estudo sugerem que o TMI de moderada a alta intensidade a curto prazo, melhorou
a espessura diafragmática, pressão inspiratória máxima e pressão inspiratória máxima sustentada em pacientes pós-CRM.
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