Efeitos tardios de correr uma meia-maratona sobre a cinemática de corredores
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Data
2023-02-14Primeiro membro da banca
Guadagnin, Eliane Celina
Segundo membro da banca
Soares, Gustavo Leporace de Oliveira Lomelino
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esforços em alta intensidade e envolvendo ações musculares excêntricas são
comuns indutores de dor muscular de início tardio (DMIT). A DMIT pode
prejudicar, mesmo de modo transitório, a produção de força, amplitudes de
movimento, rigidez muscular e articular, e o conforto durante a realização de
movimentos. Em corredores, esses efeitos poderiam alterar a cinemática da
corrida, prejudicando o desempenho e aumentando a presença de fatores de
risco para lesões. É comum a realização de sessões de treino regenerativo em
dias seguintes à esforços de alta intensidade. Neste estudo, investigamos se
existem efeitos tardios de uma competição simulada de meia-maratona sobre a
cinemática tridimensional (3D) da corrida. Participaram do estudo 15
corredores (11 homens, 4 mulheres) com experiência competitiva e com idade
média ± desvio padrão de 36 ± 9 anos. Eles correram uma meia-maratona
simulada na rua buscando o melhor tempo individual. Eles foram submetidos a
avaliações pré e pós meia-maratona envolvendo anamnese, medidas
antropométricas, escalas de esforço e recuperação percebidas, limiar de dor
por pressão, e avaliação cinemática 3D da corrida em esteira. Durante a meiamaratona foram registrados dados da temperatura ambiente, umidade relativa
do ar, velocidade do vento, distância total, elevação, tempo final de prova,
velocidade, percepção de esforço e frequência cardíaca. A partir de nossos
principais resultados interpretamos que a demanda de exercício intenso em
uma competição simulada de meia-maratona gera dano muscular, refletindo na
presença de dor muscular tardia evidenciada pela maior sensibilidade nos
limiares de dor por pressão. Observamos que na cinemática da corrida após a
meia-maratona acentuam-se algumas características pré-existentes na técnica
de corrida de cada participante, como assimetrias nos membros inferiores,
maiores amplitudes e aumentos no movimento do tronco e maior tempo de
contato com o solo. Em conclusão, após correr uma meia-maratona e
apresentar características de DMIT indicando dano muscular os corredores
apresentaram um efeito adaptativo no perfil da movimentação do tronco que
podem indicar efeitos negativos sobre o desempenho em maior período de
corrida e acentuar determinados fatores de risco de lesão.