Análise filogenética de papilomavírus de bovinos e caninos no Rio Grande do Sul
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Data
2023-03-08Primeiro coorientador
Silva Junior, José Valter Joaquim da
Primeiro membro da banca
Flores, Eduardo Furtado
Segundo membro da banca
Brum, Mario Celso Sperotto
Terceiro membro da banca
Lunardi, Michele
Quarto membro da banca
Cibulski, Samuel Paulo
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os papilomavírus (PVs) produzem lesões proliferativas no epitélio cutâneo e mucoso, podendo
ser benignas ou, eventualmente, evoluir para a malignidade. Um grande número de PVs têm
sido descritos, que podem infectar uma variedade de hospedeiros. Embora os PVs sejam
geralmente espécie-específicos, alguns papilomavírus bovinos (BPVs) já foram descritos em
outras espécies, como equinos, ovelhas, cabras, búfalos, iaques e felinos domésticos. Também
tem sido relatado que os PVs podem ser encontrados em infecções simples ou em coinfecções.
A identificação dos tipos de PVs envolvidos nas lesões é realizada principalmente pela análise
filogenética do gene L1. Assim, o primeiro estudo desta Tese descreve uma análise filogenética
dos BPVs circulantes no estado do Rio Grande do Sul (RS) entre os anos de 2016 e 2020. Neste
estudo, o DNA de PVs foi amplificado a partir de 43 amostras de papiloma bovino, utilizando
os pares de primers FAP59/64 e MY09/11, direcionados para a amplificação de parte da L1.
Os amplicons foram sequenciados e analisados filogeneticamente, e também submetidos à
análise da sequência de aminoácidos. Também foi realizada uma análise in silico com 114
sequências completas de L1 (GenBank) para avaliar a concordância entre a classificação
filogenética baseada na L1 versus aquela baseada na região amplificada com os primers
FAP59/64 e MY09/11. Nesse estudo foram identificados 31 BPV-1 (72,1%), 27 BPV-2 (62,8%)
e 4 BPV-6 (9,3%). Infecções mistas por BPV-1 e 2 foram observadas em 61,3% das amostras
(19/31). Todos os BPV-6 foram identificados em infecções simples. A avaliação in silico
comprovou que a análise dos amplicons de FAP59/64 e MY09/11 podem reproduzir a
classificação da L1 completa. Além disso, foram observados aminoácidos únicos ou raros em
pelo menos uma sequência de L1 de cada tipo de BPV identificado no estudo, alguns dos quais
estão em potenciais epítopos de PVs, sugerindo uma evolução imunomediada dos vírus
analisados. O segundo estudo reporta uma análise filogenética de PVs circulantes em cães no
RS entre 2017 e 2022. Para isso, DNA de PVs foram amplificados a partir de 26 amostras de
papiloma canino, com os primers FAP59/64 e/ou MY09/11. Também foi realizado uma análise
in silico com 46 sequências de L1 completa (GenBank) para avaliar a concordância entre as
classificações baseadas na região amplificável por FAP59/64 e MY09/11 vs aquela dada pela
análise da L1 completa. Nesse estudo, todos os PVs amplificados por FAP59/64 (n = 22) foram
classificados como CPV-1. Interessantemente, os PVs amplificados pelos primers MY09/11 (n
= 4) foram classificados como BPV-1, sendo três detectados em infecção mista com CPV-1.
Em conclusão, os estudos dessa Tese contribuem para o conhecimento sobre PVs ao: i)
identificar infecções simples e mistas por BPV e CPV no RS; ii) demonstrar a adequação das
classificações de BPV e CPV com base nas sequências amplificáveis por FAP59/64 e
MY09/11; iii) levantar a hipótese de que BPVs do RS podem estar sob pressão seletiva pela
resposta imune do hospedeiro; e iv) identificar potencial infecção de cães por BPV-1.
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