Uma abordagem funcional entre espécies arbóreas nativas e exóticas invasoras coocorrentes na floresta Atlântica
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Data
2023-02-17Primeiro coorientador
Tabaldi, Luciane Almeri
Primeiro membro da banca
Piaia, Bruna Balestrin
Segundo membro da banca
Milani, Jaçanan Eloisa de Freitas
Terceiro membro da banca
Maldaner, Joseila
Quarto membro da banca
Costalonga, Schirley
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Espécies exóticas invasoras representam uma ameaça crescente à conservação das
comunidades vegetais naturais. Diversas hipóteses visam responder como espécies exóticas
são capazes de invadir com sucesso novos ambientes e quais são os propulsores do seu
sucesso sobre as nativas residentes. Nesse sentido, a presente tese teve como objetivo
investigar, por meio de uma abordagem funcional, diferenças entre espécies arbóreas nativas e
exóticas invasoras coocorrentes em área de Floresta Atlântica. Em particular, buscou-se
compreender como as espécies diferem quanto às estratégias de sobrevivência e competição,
reprodução e dispersão, etapas essenciais no processo de invasão biológica. A partir disso,
elaborou-se a tese em dois capítulos. No Capítulo I, objetivou-se caracterizar atributos
funcionais de frutos e sementes de seis espécies arbóreas, sendo três nativas (Psidium
cattleianum Sabine, Schinus terebinthifolia Raddi e Cupania vernalis Cambess) e três
exóticas invasoras (Psidium guajava L., Ligustrum lucidum W. T. Aiton e Eriobotrya
japonica (Thunb.) Lindl.), a fim de compreender como as espécies diferem quanto às
estratégias reprodutivas e de dispersão. Também, buscou-se avaliar a similaridade do papel
funcional entre cada grupo por meio da análise dos atributos funcionais morfológicos de seus
parceiros frugívoros de interação. De modo geral, as espécies nativas e exóticas invasoras
com frutos carnosos diferiram em suas estratégias reprodutivas. Ademais, as espécies
invasoras interagiram com um grande número de espécies de aves semelhantes às nativas, de
modo que sobrepuseram parcialmente seus papéis funcionais. Logo, as espécies exóticas
invasoras do estudo demonstraram elevado potencial reprodutivo, podendo competir com as
nativas e modificar a dinâmica das interações frugívoras mutualísticas. Para o capítulo II,
foram selecionadas apenas as duas espécies congêneres, a nativa P. cattleianum e a exótica
invasora P. guajava. Objetivou-se avaliar a performance ecológica das plantas, bem como a
habilidade competitiva por recursos, em um cenário de mudanças climáticas. O estudo foi
conduzido em vasos em casa de vegetação e avaliadas as respostas morfofisiológicas a três
condições de disponibilidade hídrica e duas densidades de plantas, sozinhas ou em
competição. As espécies apresentaram maiores respostas ao estresse hídrico do que à
competição. Em geral, a espécie invasora apresentou maior eficiência fisiológica com maiores
taxas fotossintéticas e produção de biomassa mesmo em condições de menor disponibilidade
de recursos. Por fim, os resultados desta tese destacam que as espécies exóticas invasoras
apresentam estratégias de reprodução e de uso e alocação de recursos parcialmente diferentes
em comparação com as espécies nativas, o que reflete em sua capacidade de invadir com
sucesso um ecossistema.
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