Cenário cinza no mundo do arco-íris: discriminação, resistência e sobrevivência trans no trabalho
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Data
2023-04-24Primeiro membro da banca
Trevisan, Marcelo
Segundo membro da banca
Fraga, Aline Mendonça
Metadata
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Este estudo teve como objetivo compreender quais as estratégias de defesa de pessoas trans
no mercado de trabalho formal. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa básica, sendo
sua condução orientada em uma perspectiva do paradigma interpretativista. A coleta de dados
se deu com sete pessoas trans, inseridas no mercado de trabalho formal, através da aplicação
de entrevistas narrativas. A análise dos dados ocorreu por meio da análise temática de
narrativas. O percurso de análise procurou articular as trajetórias individuais e ampliá-las em
perspectivas coletivas de trajetórias das pessoas trans pesquisadas, a fim de formular uma
narrativa única. Assim, ao mapear as estratégias de defesa utilizadas pelas pessoas trans para
se inserir, permanecer e resistir no mercado de trabalho formal, emergiram quatro categorias
de análise, quais sejam: i) Representatividade Trans; ii) Inserção no Mercado de Trabalho; iii)
Permanência no Mercado de Trabalho, e iv) Organizações como aliadas. A partir destas
categorias, foi possível evidenciar seis estratégias de defesa predominantes utilizadas pelas
pessoas trans no mercado de trabalho formal, quais sejam: i) Estratégia Coletiva de Suportes
Relacionais; ii) Estratégia Individual de Distanciamento do Gênero; iii) Estratégia Individual
do Silêncio; iv) Estratégia Individual de Apresentação Estratégica de Gênero; v) Estratégia
Individual do Diálogo; e vi) Estratégia Individual de Confronto. Como resultado, aponta-se
que as trajetórias profissionais de pessoas trans são atravessadas por desafios sui generis
comparados a outros grupos minorizados, tais como gays, lésbicas e bissexuais. A partir deste
resultado, o estudo permitiu concluir que pessoas trans passam por diversos obstáculos, tanto
para a inserção, quanto para a permanência no mercado de trabalho formal, elaborando, deste
modo, estratégias de defesa específicas da idiossincrasia das trajetórias das pessoas
pesquisadas. Desta forma, este estudo avança em suprir a lacuna teórica de pesquisas
específicas sobre pessoas trans e o mercado de trabalho formal, ainda incipientes nos Estudos
Organizacionais, especialmente no contexto brasileiro. Contribui também em fornecer as
organizações um leque de informações específicas sobre as pessoas trans, que é capaz de
subsidiar e auxiliar na criação de políticas e práticas de diversidade específicas para o grupo
T dentro do contexto organizacional. E finalmente, auxilia em lançar luz e dar voz a um grupo
de pessoas que engatinha seus primeiros passos rumo à inserção e à permanência no mercado
de trabalho formal brasileiro.
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