Efeitos da hiperoxia sobre a concentração de lactato e perfil oxidativo de corredores de endurance
Visualizar/ Abrir
Data
2023-04-28Primeiro coorientador
Portela, Luis Osório Cruz
Primeiro membro da banca
Gueller, Cesar Alcides
Segundo membro da banca
Portela, Luis Valmor Cruz
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O objetivo deste estudo, foi verificar se corredores de Endurance, ao respirarem uma alta
concentração de oxigênio (FIO2 = 99,5%), apresentam alterações sanguíneas na produção de
lactato que poderiam impactar no segundo limiar, assim como, investigar os efeitos deletérios
na inalação de altas concentrações de oxigênio (hiperoxia) sobre parâmetros de estresse
oxidativo em amostras de sangue de praticantes de corrida. O grupo de estudo foi formado por
08 corredores amadores do sexo masculino, praticantes de corrida de Endurance, saudáveis e
fisicamente ativos, com idades de 33.40 ± 8.11 anos, massa corporal 73.21 kg ± 6.30 e estatura
175.88 ± 5.36 cm. Os voluntários foram submetidos a dois testes de esforço máximo – 1
situação de hiperóxia; 2 em situação de normóxia. O protocolo progressivo de Mader foi o teste
de escolha, onde foi determinada a velocidade inicial de teste em 9.0 km/h, com incremento de
1,8 km/h a cada 5 minutos (estágio). Foram coletadas as seguintes variáveis: - frequência
cardíaca (FC), pressão arterial (PA), glicemia (Glc) e lactato sanguíneo (Lac), saturação de
oxigênio (SPO2) e sensação subjetiva ao esforço (SSE). As coletas de sangue para análise de
perfil oxidativo dos corredores foram realizadas a partir de punção venosa, coletando ao todo 8
ml de sangue, usados para a avaliação dos parâmetros de estresse oxidativo como: níveis de
tióis proteicos (PSH) e peroxidação lipídica (malondialdeido, MDA). Não encontramos
diferença estatística no desempenho atlético, FC e SSE durante a corrida, e na concentração de
Lac durante os estágios iniciais do teste. Verificou-se que durante a recuperação, a FC em
situação de hiperóxia foi significativamente maior (115.63 ± 11.83, p≤0.0002). A pressão
sanguínea não foi significativamente diferente em hiperóxia. Nossos dados, demonstraram que
houve uma resposta menor da concentração de Lac no sangue em hiperóxia nos dois últimos
estágios submáximos (2.55 ± 2.04, p≤0.0075 e 3.66 ± 2.17, p≤0.0048) e durante o terceiro
estágio da recuperação (p≤0.05). Quanto a análise de sangue, verificou-se que no repouso e
recuperação em ambas as condições, a concentração de MDA não foi estatisticamente
significativa. No entanto, o conteúdo de PSH foi significativamente maior em situação
hiperóxia na recuperação em relação ao repouso (147.50 ± 8.60, p≤0.046). Concluímos, que
para corredores de Endurance, a condição de hiperóxia não estabelece aumento de desempenho
nem influencia substancialmente na FC, mas atua consideravelmente na menor produção de
Lac, estabelecendo mudanças na curva. A hiperóxia, nestas condições de protocolo e tempo de
exposição, não se mostrou nociva a ponto de desencadear durante exercícios progressivos
dinâmicos lipoperoxidação, no entanto foi antioxidante com relação ao aumento de tióis
proteicos encontrado no soro desses corredores.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: