A dissolução da verdade do mundo em simulação e o retorno à vida: uma crítica ao niilismo de Baudrillard a partir de Michel Henry
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Data
2023-07-21Primeiro membro da banca
Grzibowski, Silvestre
Segundo membro da banca
Bortoleto, Edivaldo José
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente trabalho configura-se em uma análise do que concebemos, a partir de
Baudrillard como pós-modernidade, a era da desreferencialização e da perda do
sentido, que o filósofo pós-moderno irá chamar de “era da simulação”.
Acompanharemos Baudrillard na constatação da pós-modernidade como a era que
coroa a morte do sentido, na qual todos os signos tornaram-se independentes e
sem qualquer lastro com o real, nem mesmo a ideia de real subsiste nesse novo
sistema. Entretanto, diferente do que Baudrillard conclui, não estamos dispostos a
abandonar a ideia de sentido e aderir ao niilismo do sentido, pelo contrário, a
pesquisa aqui desenvolvida já parte de um profundo comprometimento, tanto
epistemológico quanto existencial: há um sentido, ele foi apenas esquecido. Com
isso, iremos partir da fenomenologia para reencontrar o sentido esquecido e
contrapor-se ao niilismo de Baudrillard. Para tanto, cabe ressaltarmos que, a ideia
de fenomenologia aqui defendida ancora-se nas palavras: crise, recusa e
renovação, conforme Husserl defende em seus ensaios reunidos pelo título “Europa:
crise e renovação”. À vista disso, compreendemos que estamos atravessando,
como Husserl estava, um momento de crise do sentido, nos colocando enquanto
fenomenólogos na posição de recusa ao abandono da ideia de sentido e buscando,
na fenomenologia, portanto, na filosofia, a renovação da ideia de sentido.
Acreditamos que Husserl, apesar dos esforços e de constatações muito úteis para a
sustentação do sentido, não consegue abarcá-lo completamente, pois acaba, da
mesma forma que as demais filosofias de seu tempo e anteriores a ele, por
depositar o sentido no Mundo, no externo, na ekstase. Por isso, partindo do
movimento iniciado por Husserl, iremos até Michel Henry em sua filosofia e
fenomenologia da Vida para buscar, agora sem perder o ponto originário
fundamental, uma crítica a ideia de niilismo defendida por Baudrillard e a esperança
de superação da era da simulação e resgate do sentido, não mais um sentido
simulado como Verdade do Mundo, mas um sentido profundamente enraizado no
ponto mais originário e fundamental: a realidade patética da Vida autoafetando a Si
mesma e em Si mesma, autodoando-se, portanto, como sentido absoluto.
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