Fatores inibidores da institucionalização do processo orçamentário em hospitais
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Data
2023-06-28Primeiro membro da banca
Matos, Emanuel Rodrigues Junqueira de
Segundo membro da banca
Zonatto, Vinícius Costa da Silva
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A pesquisa objetivou investigar os fatores inibidores da institucionalização do orçamento
como prática gerencial em um hospital filantrópico. Para alcançar esse objetivo, foi
elaborado um estudo de caso em um hospital filantrópico. Para análise dos dados utilizamos
o modelo de análise de conteúdo categórica, no que tange às categorias analíticas utilizadas,
essas foram definidas conforme o modelo de Frezatti et al. (2011). Os resultados indicam a
validade do modelo teórico proposto. A aplicação do modelo no hospital permitiu concluir
que embora seja visível a presença dos fatores inibidores na institucionalização do processo
orçamentário da organização estudada, parece haver pouco esforço para resolvê-los,
indicando uma preferência pela estabilidade e determinada resistência à mudança. Tem-se
que isso ocorre porque a Instituição porta uma cultura organizacional muito fortalecida e
bastante rígida, assim, em razão dessa estrutura cultural resistente, a diretoria é que detém o
poder final de decisão, tornando a Instituição mais resistente às mudanças e limitando a
colaboração dos demais gestores. Observou-se que vários fatores considerados na literatura
como inibidores do processo de institucionalização foram identificados e, caso a organização
opte por utilizar efetivamente o processo orçamentário no apoio à gestão, o primeiro passo
seria acabar com a centralização das decisões na alta gestão. Dessa forma, os outros setores
teriam mais facilidade de influenciar nas decisões e apresentar suas visões, viabilizando,
assim, a Instituição a desenvolver estratégias realistas e alcançáveis. Contudo, os problemas
decorrentes da falta de planejamento e integração entre as diversas áreas do Hospital ficaram
evidentes na forma como os gestores mencionam o não conhecimento da utilização do
orçamento. Sendo assim, a integração entre os gestores poderia ser alcançada com maior
estímulo à interação. No entanto, a centralização do poder decisório na alta gestão acaba por
desestimular a troca de experiências e informações, tendo em vista a constatação de um
cenário em que o método utilizado na gestão do referido Hospital é predominantemente top
down. Nessa perspectiva, os achados destacam que os problemas relacionados ao processo
orçamentário do Hospital estão associados à forma de execução desse processo, e não com
a prática propriamente dita, apoiando a tese principal de Frezatti et al. (2011). Todavia, os
resultados deste estudo contribuem para o conhecimento sobre os fatores inibidores da
institucionalização do processo orçamentário e sobre como a relação entre esses fatores pode
criar mecanismos disfuncionais que impedem o uso adequado dessa prática gerencial. Ainda,
esta pesquisa reforça a visão de que é preciso compreender mais profundamente a interação
entre os elementos que compõem o processo orçamentário e que um importante caminho é
a pesquisa que os analisa de forma integrada. Dentre as possíveis limitações da pesquisa,
identificou-se o fato deste estudo abranger apenas uma instituição de saúde, por essa razão,
tem-se que as conclusões não podem ser generalizadas a outras entidades hospitalares.
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