Mulheres feministas: problematizando violências na internet
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Data
2023-11-14Primeiro membro da banca
Souza, Tatiana Machiavelli Carmo
Segundo membro da banca
Freitas, Cristiane Davina Redin
Terceiro membro da banca
Oliveira-Cruz, Milena Carvalho Bezerra Freire de
Quarto membro da banca
Finkler, Lirene
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A internet tem sido utilizada para a disseminação da violência e do discurso de ódio contra as
mulheres, especialmente quando elas se identificam como feministas ou promovem os
princípios do feminismo. Neste sentido, existe um contramovimento antifeminista que tem se
apropriado dos espaços digitais para a disseminação de ideias misóginas e contra igualitárias,
desenvolvendo estratégias sofisticadas de violência contra mulheres. Estas estratégias se
sustentam tanto na disseminação de falas que desinformam e contaminam o debate público
quanto em discursos que objetivam intimidar, amedrontar, assediar e abusar de mulheres
feministas. Estas violências se apresentam como elementos cotidianos vinculados à atuação
feminista e sinalizam que a internet tem se configurado em um espaço hostil para mulheres.
Considerando este cenário e amparada na Teoria das Representações Sociais e em teorias
feministas, a presente tese objetiva problematizar e analisar as dinâmicas de violência
vivenciadas por mulheres feministas no espaço da internet no Brasil, buscando identificar
como as estratégias de enfrentamento e resistências utilizadas por mulheres feministas
movimentam e (co)produzem representações sociais. Especificamente objetiva: compreender
de que modo as representações sociais sobre mulheres legitimam as violências antifeministas
na internet brasileira; problematizar como a defesa da ampliação do acesso das mulheres aos
seus direitos sexuais e reprodutivos tornam as feministas-alvo dos ataques na internet;
compreender quais os saberes que as mulheres feministas produzem sobre os movimentos
antifeministas que atuam na internet. O percurso metodológico para a realização da tese
utilizou a etnografia na internet, integrando o uso de observação participante registrada em
diário de campo, entrevistas semiestruturadas e questionários respondidos por mulheres que
se definem como feministas e atuam multiplicando o feminismo na internet. Após a análise
das informações construímos quatro estudos: “Diário de Campo: registros de antifeminismo
na internet”; “As Entrevistas: a potência dos sussurros para superar o patriarcado”;
“Questionários: o antifeminismo, seus promotores e a união para a resistência”; “Pensar o
Antifeminismo na Internet: saberes e sentidos sobre a violência contra mulheres feministas no
Brasil”. Com as informações obtidas pudemos perceber que o feminismo, ao desestabilizar o
que se compreende como atribuições culturais e sociais das mulheres, tensionando a noção de
trabalho reprodutivo, provoca modificações nas dinâmicas de gênero. A violência
antifeminista objetiva o silenciamento das mulheres divergentes, à medida que reforça o
discurso único do patriarcado. Este silenciamento pode contar com a facilitação das
plataformas de mídia e da inação do Estado.
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