Caracterização, monitoramento e avaliação de desempenho de pavimentos experimentais com diferentes disposições das camadas de concreto asfáltico
Visualizar/ Abrir
Data
2023-11-10Primeiro membro da banca
Bueno, Lucas Dotto
Segundo membro da banca
Brito, Lélio Antônio Teixeira
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O contínuo aumento do volume de tráfego leva o pavimento a exigências de desempenho cada vez maiores e é essencial que ocorram aprimoramentos de técnicas construtivas e/ou materiais com melhores propriedades, como por exemplo o emprego de ligantes modificados, apesar de seu custo elevado. Visando reduzir o custo, surgem hipóteses de utilizar misturas asfálticas com ligante modificado apenas em partes específicas da camada de revestimento e continuar a obter resultados satisfatórios, atingindo assim uma melhor relação de custo/benefício. Em busca de respostas a respeito, foram executados três segmentos experimentais na BR-116, entre Pelotas/RS e São Lourenço do Sul/RS, idênticos quanto à base, sub-base e subleito, apresentando diferenças entre si somente na forma de disposição das 3 camadas que compõe o revestimento, com 5 cm cada, compostas por concreto asfáltico com ligante convencional (CAP 50/70) e modificado (AMP 55/75-E). Tais segmentos experimentais foram monitorados periódicamente por meio de levantamentos relativos ao percentual de área trincada e afundamentos em trilha de roda. Paralelamente a isso, ocorreu a coleta dos ligantes e agregados utilizados, possibilitando a recomposição e caracterização em termos de rigidez, deformação permanente e fadiga das misturas originais e de duas versões com variação no teor de ligante modificado, para mais e para menos. Foram realizadas avaliações computacionais de desempenho por meio dos softwares MeDiNa e LVECD (FlexPAVETM) para a situação real dos pavimentos e de outros cenários hipotéticos, as quais evidenciaram que a camada inferior do revestimento asfáltico é a mais vulnerável ao fenômeno de fadiga e, portanto, para ela pode-se justificar a adoção de uma mistura mais nobre. Os ensaios laboratoriais apontaram que a mistura com ligante convencional é consideravelmente menos resistente à deformação permanente do que a mistura com ligante modificado e estão alinhados aos resultados de ATR encontrados em campo, podendo-se constatar que o uso da mistura, mesmo que na camada intermediária do revestimento, propiciou uma queda acentuada no desempenho à deformação permanente do pavimento. Quanto à variação no teor de ligante na mistura com AMP 55/75-E, a redução no teor originou um acréscimo considerável nos resultados de Flow Number, elevando da Classe 3 para a Classe 4, e indica a possibilidade de seu emprego em situações de tráfego muito pesado e uso severo, mas com cautelta visto que a resistência de fadiga da mistura foi bastante reduzida. Por outro lado, ao subir o teor de ligante da mistura com ligante modificado foi observado grande redução na resistência à deformação permanente, atingindo valores equiparáveis à mistura com ligante convencional, e apenas um leve ganho de resistência à fadiga mas que pode tornar-se especialmente relevante quando a mistura for utilizada na camada inferior de revestimentos asfálticos espessos, pois é a camada mais solicitada à fadiga e ao mesmo tempo está razoavelmente protegida das altas temperaturas, se encontrando menos suscetível a problemas com deformação permanente.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: