Resistência genética do feijão (Phaseolus vulgaris L.) ao Colletotrichum lindemuthianum
Resumo
Nos anos de 2003 e 2004, na Universidade Federal de Santa
Maria, foram avaliados cento e vinte e oito genótipos de feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) locais, cultivares comerciais e linhagens de origem meso-americana e andina, com o objetivo de caracterizar sua estrutura genética quanto à resistência a 12 raças fisiológicas de Colletotrichum lindemuthianum, no estádio juvenil (V1/V2). Destes genótipos, vinte e seis foram selecionados e inoculados em 3 estádios fenológicos (V1/V2; R4/R5 e R5/R6), com 4 raças fisiológicas de C. lindemuthianum, sendo avaliada a proporção de reações resistentes de acordo com a idade da planta. Reações caracterizadas com base em uma escala de notas de severidade de 1 a 9, permitiram calcular os índices de resistência dos genótipos e da virulência das raças. A análise fenética dos dados de virulência foi obtida a partir da construção de uma matriz, considerando as reações incompatíveis (0) e as reações compatíveis (1). A variabilidade em germoplasma de feijão não se mostrou coerente com a década de lançamento, local origem e pool gênico. Não foi observado aumento significativo na proporção de genótipos resistentes entre as décadas de 80 e 90, assim como não houve incremento de alguns genes de virulência especialmente dispersos e abundantes. Genótipos que apresentaram índice de resistência superior a 80% não continham genes Mexicanos (Co-4 e Co-5). Variabilidade em linhagens não se mostrou ligada à estrutura populacional de C. lindemuthianum. A análise fenética mostrou que maior diversidade intrínseca foi observada entre os genótipos locais de feijoeiro comum. Para interações específicas entre genótipos e raças, foi observada variação na resistência relacionada com o envelhecimento da planta.