Qualidade da carne de suínos submetidos a diferentes níveis de bagaço de oliva na dieta
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Data
2023-03-28Primeiro membro da banca
Campagnol, Paulo Cezar Bastianello
Segundo membro da banca
Rosado Júnior, Adriano Garcia
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A produção de azeite de oliva extravirgem está em pleno crescimento no Brasil, em especial no
Rio Grande do Sul, gerando grandes quantidades de resíduos como o bagaço de oliva (BO), o
qual apresenta alto poder contaminante e, ainda, com poucas perspectivas de destino adequado.
Considerando a grande disponibilidade e baixo custo de aquisição desse resíduo, associado a
sua composição química rica em ácidos graxos n-9 e antioxidantes naturais, abrem-se
possibilidades de sua exploração para incrementar a qualidade dos produtos de origem animal.
Neste contexto, objetivou-se avaliar os efeitos da inclusão do BO na dieta de crescimentoterminação de suínos sobre a qualidade da carne produzida. O experimento de campo foi
realizado no IFFar-SVS, enquanto as avaliações da qualidade da carne, foram realizadas no
Núcleo Integrado de Desenvolvimento em análises Laboratoriais (NIDAL) da UFSM. No
experimento de campo, foram empregados 40 animais distribuídos de forma equilibrada em
quatro tratamentos experimentais, constituídos de rações a base de milho e farelo de soja com
a inclusão de BO, conservado na forma de silagem (SBO), nos níveis de zero (Controle), 10,
20 e 30% em base seca. Os animais foram alojados em baias com piso de concreto, dotadas de
bebedouros e comedouros com fornecimento de ração à vontade, permanecendo até o abate,
ocorrido após 42 dias experimentais, com peso vivo médio de 90,6 kg± 9,75 kg. Após o abate
e respectivo resfriamento das carcaças, o músculo Longissimus thoracis (LT) da meia carcaça
esquerda de cada unidade experimental foi removido, fracionado, identificado e congelado (-
20ºC) para posteriores avaliações laboratoriais. Realizaram-se avaliações da composição
centesimal, força de cisalhamento, perfil de ácidos graxos e estabilidade oxidativa (TBARS e
cor objetiva). Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística, com nível de
significância de 5%. Os resultados não mostraram efeito (P>0,05) dos tratamentos na
composição centesimal e na força de cisalhamento. Entretanto, a inclusão de SBO nas dietas
promoveu modificação desejável no perfil de ácidos graxos, com aumento (P<0,05) nos teores
de AGMI, decorrentes principalmente do aumento do ácido graxo oleico (C18:1n9), resultando
em maior (P<0,05) teor de AGI e redução (P<0,05) de AGS. Ao mesmo tempo, a inclusão dos
níveis de 20% e 30% de SBO acusou menores valores (P<0,05) de TBARS durante
armazenamento refrigerado (4ºC), indicando efeito favorável na manutenção da estabilidade
lipídica do músculo LT.
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