Efeito varietal e do espaçamento entre linhas no patossistema soja - Phakopsora pachyrhizi Sidow
Resumo
A recomendação técnica para o espaçamento entre linhas de soja a ser praticado na Região Sul do Brasil varia de 20 a 50 cm. Esta recomendação é ampla, visto que diferenças fisiológicas e edafoclimáticas estão em questão no momento da escolha da distância entre linhas. O adensamento precoce de plantas pode estabelecer características diferenciadas que favoreçam a patogênese, reduzam a penetração e cobertura de fungicida, bem como prejudica a expressão fisiológica da planta. Com este trabalho buscou-se avaliar em duas safras, a resposta de cultivares de soja submetidas à diferentes espaçamentos entre linhas e programas de controle sob pressão natural de Phakopsora pachyrhizi Sidow. O trabalho foi realizado em área experimental do Instituto Phytus | Divisão de Pesquisa, no município de Itaara, região central do Rio Grande do Sul nas safras 07/08 e 08/09. As parcelas principais foram compostas dos espaçamentos entre linhas de 40, 50 e 60 cm, as subparcelas correspondiam as cultivares Asgrow 8000 RG e Asgrow 6001 RG e os programas de controle compunham as subsubparcelas. O fungicida utilizado nos tratamentos foi a mistura fungicida (ciproconazol + azoxistrobina) + adjuvante [(0,3) + 0,6 L de p.c.ha-1]. A redução do espaçamento entre linhas permitiu maiores condições para o estabelecimento e progresso da ferrugem asiática para as duas cultivares. Desta forma, os espaçamentos entre linhas de soja de 50 e 60 cm permitiram maior intervalo entre aplicações. No caso de cultivares que possibilitam elevada taxa de progresso da ferrugem asiática, dependem de programas de controle que iniciados no fechamento das entre linhas, exigem uma terceira aplicação de fungicida. A produtividade das duas cultivares foi maximizada com o espaçamento entre linhas de 60 cm, sendo que os legumes com dois grãos correspondem a maior parte contribuinte e estão posicionados no terço médio do perfil da planta. Desta forma, a construção correta de um programa de controle passa pelo espaçamento entre linhas adequado, a cultivar e o conhecimento da epidemiologia da doença.