Atividades biológicas, isolamento de compostos ativos e caracterização de extratos obtidos de Scutia Buxifolia Reissek.
Resumo
A espécie Scutia buxifolia Reissek pertence à família Rhamnaceae e é conhecida na
medicina popular como coronilha. A infusão das cascas do caule da planta é utilizada
popularmente como cardiotônica, hipotensora e diurética. O presente trabalho objetivou
determinar a capacidade antimicrobiana, antiviral, antiúlcerogênica e a toxicidade de S.
buxifolia frente a adultos de Apis mellifera, bem como, extrair e identificar os componentes
do óleo essencial, caracterizar os extratos e frações utilizados e isolar constituintes químicos
da espécie. As cascas do caule e as folhas de S. buxifolia foram coletadas em outubro de
2007 no município de Dom Pedrito-RS. O material está depositado no herbário do
Departamento de Biologia da UFSM catalogado sob o número de registro SMBD 10919. O
material vegetal foi seco, moído e macerado utilizando como solvente etanol:água (70:30,
v/v). Fez-se fracionamento do extrato bruto com solventes orgânicos de polaridades
crescentes (diclorometano, acetato de etila e n-butanol). O extrato bruto de S. buxifolia (100,
200 e 400 mg/Kg) reverteu os danos gástricos causados pelo etanol em estômago de ratos,
de maneira dose-dependente. Além disso, a espécie não apresentou toxicidade frente a
Apis mellifera após 15 dias de observação. Os principais componentes identificados no óleo
essencial foram espatulenol, β-cubebene, germacreno D e carvacrol. Ácidos fenólicos (ácido
gálico, ácido clorogênico e ácido cafeico) e flavonoides (rutina, quercetina, isoquercitrina,
quercitrina e canferol) foram os principais compostos identificados e quantificados no extrato
bruto e frações de S. buxifolia. Finalizando nosso estudo, sitosterol-3-O-β-D-glucosídeo, β-
sitosterol e ácido ursólico foram isolados da fração diclorometano das cascas do caule da
espécie. Nossos resultados indicam que S. buxifolia apresenta um papel benéfico no
tratamento e prevenção de algumas enfermidades, e os compostos químicos presentes na
espécie contribuem para as propriedades encontradas.