As (im)possibilidades do ensino da filosofia em um curso preparatório para o vestibular
Resumo
A presente tese de doutorado insere-se na Linha de Pesquisa de Práticas Escolares e Políticas Públicas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O objeto de estudo é uma reflexão sobre o ensino da Filosofia, em um curso preparatório para o vestibular, a qual surgiu do diálogo entre as leituras em Michel Foucault e a minha prática docente. O objetivo geral desta tese é problematizar os limites e as possibilidades de ensinar Filosofia como uma técnica de si que se constitua como resistência ao governamento político em um curso preparatório para o vestibular. No estudo, analisam-se, a partir de uma inspiração foucaultiana, as condições de emergência do discurso sobre a importância da Filosofia no vestibular da UFSM e suas implicações; problematizam-se os limites e as (im) possibilidades para produzir o ensino da Filosofia em um curso preparatório para o vestibular; e se propõe que uma tecnologia de governamentalidade pode se constituir numa tecnologia de governo de si que aponte para uma dimensão ética fundada no cuidado com a vida e com a verdade. Para confirmar a tese foram entrevistados ex-alunos do curso preparatório para o vestibular, matriculados no primeiro e segundo semestres dos anos de 2012 e 2013 na disciplina de Filosofia (o universo investigado é constituído por 855 alunos). Por meio das entrevistas pudemos confirmar a tese de que ensinar Filosofia em um curso preparatório para o vestibular pode se constituir em um espaço de resistência a esta governamentalidade neoliberal na medida em que se converte numa prática de si.