Formação de sistema educacional: montanha-russa discursiva, fuga de sentidos
Fecha
2016-07-01Metadatos
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Os gestos de interpretação, presentes nesta pesquisa, partem da Análise de Discurso da Escola Francesa (AD) como artefato teórico para a produção dos dados. Mediante o objetivo de analisar como a relação entre as políticas educacionais e o dispositivo gestão produz uma formação discursiva de sistema educacional, sugere-se interpretar marcas linguístico-discursivas de políticas públicas e, assim, não limitar a política como texto, mas como discurso e como efeito de sentidos. Compreende-se o dispositivo gestão a partir de noções de democratização e des/centralização, sob as quais desmembram-se o contexto de possibilidades analíticas e o aprofundamento teórico. Como corpus analítico, considera-se um elenco de políticas públicas, as quais são potência para o gesto interpretativo e, por conseguinte, produção da tese a ser defendida. Compreende-se que a política educacional fala de um lugar baseada em regras de formação, autorizando-a a dizeres em momentos históricos, o que nos afasta da tentativa de saturar tudo e de assumir um discurso de sistema como absoluto. A tese indica uma formação discursiva de sistema, o qual tem-se produzido na articulação do jogo de negociações democrático/neoliberais que, estando sujeitos à um borramento de sentidos numa arena de políticas, opera efeitos de sentidos alinhados aos dizeres de democracia, de gerencialismo, de des/centralização e de performatividade. Apesar de modelos democráticos e neoliberais divergirem e possuírem características próprias sob um ponto de vista, no contexto da trama discursiva estão em conflito e aliança. Isso de maneira alguma significa um apaziguamento ou um certo tom harmonioso, mas um jogo, muitas vezes desigual, na tentativa de garantir legitimidade. Outrossim, a pesquisa desenha-se mediante sentidos em fuga, entendendo que interpretar é movimentar-se naquilo que está sendo dito, não-dito e já-dito na montanha-russa discursiva.