A aprendizagem docente e a inclusão de Cotistas B em novos contextos na universidade
Resumen
Este trabalho insere-se na Linha de Pesquisa: Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria/RS. A investigação caracteriza-se como narrativa sociocultural baseada na concepção de Bolzan (2001, 2006a, 2009), alicerçada nos estudos de Vygotsky (1996, 2005, 2010), Freitas (1994, 1998, 2002), Bakthin (1992, 2010, 2011), Werstch (1993) e Connelly e Clandinin (1995). O estudo teve como objetivo compreender como os professores aprendem a docência, ao experienciarem o trabalho com estudantes Cotistas B, com deficiência, na UFSM. Como instrumentos de pesquisa utilizamos, a legislação da educação inclusiva e a entrevista narrativa semiestruturada. Os sujeitos da pesquisa foram doze docentes que lecionam para estudantes Cotistas B no contexto dos cursos de graduação da Universidade Federal de Santa Maria, RS. A investigação, propôs, também, reconhecer como a experiência do trabalho pedagógico com estudantes Cotistas B repercute na aprendizagem da docência; conhecer quais os percursos mobilizados nas trajetórias pessoais e profissionais dos professores que trabalham com a inclusão de Cotistas B e suas implicações na aprendizagem docente; e identificar como a resiliência docente se manifesta no cotidiano do trabalho pedagógico dos professores universitários que atuam com Cotistas B. A revisão bibliográfica da pesquisa contemplou temas como aprendizagem docente, trajetórias pessoais e profissionais e resiliência docente. A Tese produzida, neste estudo, é que a aprendizagem da docência universitária, diante de estudantes com deficiência, acontece no cotidiano do trabalho dos professores, alicerçada pelos conhecimentos, saberes e sentimentos oriundos de suas vivências de formação. Os professores que atuam com estudantes Cotistas B, na UFSM, enfrentam um conjunto de desafios/barreiras/problemas diariamente, os quais não se restringem apenas as demandas advindas das deficiências. Tais desafios incidem no trabalho pedagógico e na constituição do ser professor que aprende a docência em novos contextos universitários, nas sociedades contemporâneas. Nesse cenário, os professores estão habilitados em suas áreas de conhecimento específico, mas insuficientemente preparados para a docência universitária. Assim, Ser professor, em contextos emergentes, requer comprometimento docente com os processos de ensino e de aprendizagem nos quais os estudantes Cotistas B estão envolvidos; o que exige a disposição para conviver com o novo e o imprevisível; esforçar-se para romper com as barreiras pedagógicas, arquitetônicas e atitudinais relacionadas com a inclusão universitária, a geratividade docente e a vontade em aprender continuamente; por fim, a produção de ações conjuntas/compartilhadas capazes de encetar o protagonismo docente. A resiliência docente é o movimento constitutivo do ser professor que implica na aprendizagem da docência dos professores que recebem alunos Cotistas B, na Universidade.