Influência das características físicas do solo nas perdas de água por escoamento superficial no Sul do Brasil e Uruguai
Resumo
Com o objetivo principal de modelar o escoamento superficial para solos com diferentes características físicas a partir de diferentes intensidades de precipitação e duração das chuvas, realizaram-se chuvas simuladas em diferentes solos no Rio Grande do Sul e Uruguai, com intensidade de 30, 60 e 120 mm h-1. As chuvas artificiais foram aplicadas utilizando-se um simulador estacionário de bicos múltiplos e oscilantes. Seis parcelas foram delimitadas por chapas metálicas galvanizadas cravadas no solo (0,5m2), contendo na parte inferior uma calha coletora, para coletar a água do escoamento superficial (mensurado em intervalos de cinco minutos). Em cada solo foi determinado o tempo de início e a taxa de escoamento superficial, além da chuva (quantidade, duração e intensidade), declividade do terreno, massa seca
na superfície e cobertura do solo, densidade (do solo e de partícula), porosidade do solo (macro, micro e total), textura (argila, silte e areia), umidade inicial e de saturação do solo. Utilizou-se o modelo modificado de Smith para estimativa do
escoamento superficial. Os parâmetros do modelo foram ajustados através de equações multivariadas. No Uruguai, as perdas acumuladas por escoamento superficial foram de 64, 32, 30 e 15% do total aplicado, para o Vertissolo 1,
Chernossolo, Argissolo 2 e Vertissolo 2, respectivamente. No Rio Grande do Sul, as perdas acumuladas por escoamento superficial foram de 67, 45 e 27% do total aplicado, para o Argissolo 1, Neossolo e Latossolo, respectivamente. Na maioria dos casos houve uma redução no tempo de início de escoamento superficial, com o aumento da umidade inicial do solo e da intensidade da chuva, independentemente
das condições da superfície do solo. O modelo modificado de Smith estima melhor o escoamento superficial em condições de elevada umidade do solo e o ajuste foi
satisfatório para o Rio Grande do Sul.