Relação morfométrica e de competição no crescimento de Ocotea porosa (Nees et Martius ex Nees) Liberato Barroso na região central de Santa Catarina
Abstract
A copa das árvores é a maior responsável direta pelo crescimento, sendo influenciada
pelo tipo de manejo adotado no povoamento florestal e pela concorrência entre os
indivíduos. Assim, o objetivo do trabalho foi descrever a morfometria e as relações de
crescimento de Ocotea porosa utilizando a modelagem matemática e considerando o
efeito da concorrência. A coleta de dados foi realizada na Reserva Florestal
EMBRAPA/EPAGRI de Caçador (SC) e em floresta nativa da Empresa Laminados AB
localizada no município de Calmon (SC). As dimensões de dap encontradas na
amostragem foram de 10 cm até 80 cm, considerando uma amostragem aleatória e
parcelas circulares de área variável, sendo o raio de cada parcela a distância entre a
árvore concorrente mais distante e o ponto amostral (árvore central). Em cada árvore
da unidade amostral foram tomadas: circunferência à altura do peito, espessura de
casca, altura total, altura comercial, comprimento de copa, raio de copa, incremento
periódico anual percentual em área basal, vitalidade da copa, distribuição dos galhos,
qualidade do fuste, posição sociológica e exposição do terreno. As variáveis
calculadas que descrevem a dimensão e competição foram o diâmetro à altura do
peito com casca, diâmetro à altura do peito sem casca, área basal, diâmetro de copa,
área de copa, número potencial de árvores por hectare, índice de abrangência, índice
de saliência, formal de copa, relação h/d, percentagem de copa, índice de BAL (Basal
Area Larger), índice de Hegyi, índices de Glover e Hool, índices de Tomé e Burkhart,
índice de Lorimer e índice de Clark e Evans. As variáveis de maior poder explicativo
para o incremento periódico anual percentual em área basal foram o diâmetro à altura
do peito e a vitalidade da copa, sendo também consideradas significativas no modelo
o índice de saliência e o índice de concorrência de BAL. O melhor modelo para
relação hipsométrica foi o de Chapman Richards (h = 20,6053.(1 e-0,0615.dap), tendo
como modelo alternativo o de Stofells (ln(h) = 1,68412 + 0,32665.ln(dap)) e para
estimar o diâmetro de copa foi o logarítmico (ln(dc) = -1,76773 + 11,05485.ln(dap),
para copas simétricas e, ln(dc) = -1,19837 + 0,88682.ln(dap), para representar as
copas assimétricas). A estimativa do diâmetro de copa em função do diâmetro á altura
do peito deve ser utilizada separadamente para locais onde há maior competição dos
locais onde há menor competição devido a simetria diferenciada como consequência
dessa variável.