Trocas de carbono atmosférico sobre dois diferentes sistemas de plantio de milho no sul do Brasil
Resumo
Os sistemas agrícolas podem atuar como dreno ou fonte de carbono atmosférico, dependendo
do tipo da cultura e do sistema de manejo do solo adotado. Este trabalho apresenta
um estudo comparativo entre os dados obtidos a partir de duas estações micrometeorológicas
instaladas sobre a cultura de milho, com o objetivo de avaliar o impacto de dois sistemas
de semeadura de milho (preparo convencional-PC e plantio direto-PD) na troca líquida do
ecossistema dos fluxos de carbono (NEE). Os fluxos foram avaliados pelo método de covariância
de vórtices turbulentos (MCV), durante o período de 156 dias da cultura do milho. Os
resultados obtidos mostram que os dois sistemas de cultivo de milho atuam como dreno de
C−CO2 e que a há uma diferença quanto a absorção de C−CO2 entre os dois sistemas de
plantio, com o PD apresentando maior troca líquida de carbono no ecossistema em relação
ao PC. A maior diferença entre os sistemas ocorre na primeira metade do ciclo da cultura do
milho, sendo que nos primeiros 40 dias as culturas se comportam como fonte de C−CO2,
com o PC apresentando valores maiores de emissão neste período em relação ao PD, e a
partir de então a cultura se comporta como dreno de C−CO2.
Realizou-se um estudo sobre o papel relativo das baixa frequências e dos processos turbulentos
na camada limite noturna através da análise de correlações de dois pontos das componentes
do vento. Verificando-se que os processos de baixa frequência dominam as correlações
de dois ponto em condições de vento fraco, que as correlações verticais de dois pontos
da componente lateral do vento são negativas no limite de escala de tempo muito baixa e que
as propriedades estatísticas do campo turbulento são preservadas horizontalmente ao longo
de distâncias para os quais as correlações de dois pontos já foram largamente reduzidos.