Ácido ascórbico na produção in vitro de embriões bovinos
Fecha
2008-11-17Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Embriões bovinos cultivados in vitro são susceptíveis ao estresse oxidativo
causado pela alta concentração de oxigênio, que contribui para a formação de
radicais livres. Por isso, sistemas antioxidantes de defesa são necessários para
neutralizar as espécies reativas de oxigênio e seus efeitos prejudiciais. Este estudo
teve como objetivo avaliar a adição de diferentes concentrações (100, 250 e 500μM)
do antioxidante ácido ascórbico (AA) aos meios de maturação (MIV, 9 repetições) ou
cultivo (CIV, 8 repetições) in vitro de embriões bovinos (Capítulo 1). A concentração
que propiciou maior taxa de desenvolvimento embrionário e melhor qualidade dos
embriões foi adicionada aos meios de maturação e/ou cultivo in vitro em diferentes
atmosferas gasosas (Capítulo 2, 10 repetições). Meios sem antioxidante serviram
como grupos-controle. Complexos cumulus-oócitos obtidos de ovários de frigorífico
foram distribuídos aleatoriamente em grupos e maturados em TCM-199 adicionado
de pFSH, bLH e 10% de soro de vaca em estro (SVE), por 22 a 24h, em estufa a
39°C e 5% CO 2 em ar e umidade saturada. Para a produção in vitro foram utilizados
20-40 oócitos/grupo em 400μL de meio em placa de quatro poços (Cap. 1) e 13-32
oócitos/grupo em gotas de 200μL de meio sob óleo mineral (Cap. 2). A fecundação
in vitro (D0) foi conduzida com sêmen congelado Bos taurus taurus selecionado por
Swim-up (Cap. 1) e gradiente de Percoll (Cap. 2), com 1x106 espermatozóides/mL
em TALP-Fert com heparina e PHE, por 18 a 22h, nas mesmas condições da MIV.
Os prováveis zigotos foram cultivados in vitro em meio SOFaaci com 5% de SVE sob
óleo mineral, no sistema de bolsas gaseificadas (bag system) a 5% CO2, 5% O2 e
90% N2 e umidade saturada (Cap. 1 e 2), ou em estufa a 5% CO2 em ar e umidade
saturada (20% O2 em ar; Cap. 2). Para analisar a porcentagem de embriões no D2,
D7 e D9 utilizou-se o delineamento blocos ao acaso, tendo como critério de bloqueio
o dia da coleta (Cap. 1). No Cap. 2, para analisar a taxa de clivagem no D2 foram
considerados os efeitos da adição do AA na maturação, adição do AA no cultivo e a
interação entre os dois fatores. Os dados do desenvolvimento embrionário no D7 e
D9 foram analisados após transformação arcoseno raiz quadrada e foram
considerados os efeitos da presença do AA na maturação, presença do AA no
cultivo, a atmosfera gasosa e a interação entre esses fatores, considerando o dia de
realização da rotina no modelo de análise. Para contagem de células dos
blastocistos os dados foram analisados após transformação logarítmica de base 10,
sendo utilizadas 8 repetições (Cap. 1) e 10 repetições (Cap. 2), com nível de
significância de 5%. No Capítulo 1, a taxa de clivagem e o desenvolvimento
embrionário no D7 foram similares (P>0,05) entre as diferentes concentrações de AA
adicionadas na MIV ou CIV. Entretanto, a adição de 100μM de AA no CIV
apresentou tendência (P<0,07) de maior produção de blastocistos (32,3%) quando
comparado ao grupo com 500μM (19,7%). A produção de blastocistos no D9
aumentou significativamente quando 100μM de AA foi adicionado na MIV (P<0,05)
comparado ao grupo-controle (38,7 vs 29,0%), ou no CIV (P<0,01) comparado com
a concentração de 500μM (28,1 vs 14,1%). O número de células por blastocisto foi
similar (P>0,05) entre as diferentes concentrações de AA e o grupo-controle. No
Capítulo 2, não houve efeito da interação (P>0,05) entre os fatores estudados (AA
na MIV, AA no CIV e atmosfera de cultivo) sobre o D2, D7 e D9. A taxa de clivagem
e o desenvolvimento embrionário no D7 e D9 não diferiram (P>0,05) entre os grupos
com e sem antioxidante, independentemente da atmosfera gasosa. No entanto,
maior número de células foi observado nos blastocistos eclodidos (P<0,05) quando o
AA foi incluído no meio de cultivo. Os resultados indicam que a concentração de
100μM de ácido ascórbico pode ser utilizada durante a MIV ou CIV para incrementar
a produção embrionária, especialmente no D9, além de melhorar a qualidade dos
blastocistos eclodidos, independentemente da atmosfera gasosa de cultivo.
Colecciones
Ítems relacionados
Mostrando ítems relacionados por Título, autor o materia.
-
Propagação in vitro e ex vitro de louro-pardo (Cordia trichotoma (Vell.) Arrabida ex Steudel)
Heberle, Michele (2010-03-01)Apesar de o louro-pardo (Cordia trichotoma Vell.) ser uma espécie florestal nativa com elevado potencial madeireiro, ainda são escassos os estudos que abordam a produção de mudas dessa espécie pela propagação vegetativa. ... -
Propagação in vitro e ex vitro de erva-mate (Ilex paraguariensis Saint Hilaire Aquifoliaceae)
Horbach, Micheli Angelica (2008-03-24)A erva-mate (Ilex paraguariensis) é uma espécie de grande importância no sul do Brasil, pelo valor econômico e cultural que apresenta. O presente trabalho teve por objetivos analisar a propagação de erva-mate por estaquia, ... -
Rizogênese in vitro, aclimatização e desempenho inicial a campo de plantas micropropagadas e tolerância in vitro de genótipos de açoita-cavalo (Luehea divaricata Mart. & Zucc) ao alumínio
Ziegler, Ana Cristina da Fonseca (2020-02-21)Originária da América do Sul, o açoita-cavalo (Luehea divaricata Mart. & Zucc.), é uma espécie nativa que compõe os biomas Pampa e Mata Atlântica, e que tem apresentado redução e fragmentação de suas populações naturais. ...