Suplementação de taurina em dietas para jundiá (Rhamdia quelen)
Date
2016-02-26Metadata
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A taurina é um aminoácido fundamental em vários processos fisiológicos no organismo animal. Sua biossíntese, a partir da metionina e cistina, difere entre as diversas espécies de peixes e também é afetada pela sua presença ou não nos ingredientes utilizados na confecção das rações, de modo que sua suplementação pode melhorar a eficiência alimentar e proteger as células contra os danos oxidativos das espécies reativas de oxigênio. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a suplementação de taurina sobre parâmetros zootécnicos, metabólicos e potencial antioxidante em jundiás (Rhamdia quelen). Foram conduzidos três experimentos no Laboratório de Piscicultura da UFSM: nos dois primeiros, com duração de 54 dias, avaliaram-se o desempenho produtivo e parâmetros metabólicos de jundiás (5g) alimentados com dieta à base de ingredientes vegetais ou com farinha de peixe como fonte proteica, sendo ambas suplementadas com taurina (0, 0,5, 1,5 ou 2%). Nestes experimentos, o delineamento foi o inteiramente casualizado, sendo quatro níveis de suplementação com quatro repetições. No terceiro, com duração de 24 dias, avaliou-se o potencial antioxidante da taurina em jundiás (7g) quando suplementada juntamente com a metionina em dieta semipurificada. Neste último, o delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 3×4 (três níveis de metionina e quatro de taurina). Os resultados obtidos no experimento com adição de taurina em dietas com farinha de peixe como fonte protéica indicaram que a suplementação com esse aminoácido não melhorou o crescimento dos animais em relação à dieta não suplementada. Foi observado ainda que no nível mais elevado de taurina (2%) houve diminuição no crescimento, nos índices de deposição proteica e no consumo, além de aumentar a conversão alimentar aparente. Para os animais alimentados com as dietas vegetais não se verificou efeito da taurina no crescimento e no consumo. Entretanto, a adição de 0,5% de taurina nas dietas proporcionou maior retenção protéica, menor catabolismo e melhor conversão alimentar, comparado ao tratamento com de 2% de taurina. Os parâmetros metabólicos dos animais, de ambos os experimentos, não foram afetados de forma representativa pela suplementação de taurina nas dietas. No terceiro experimento, de avaliação da ação antioxidante da taurina e da metionina, foi observado que com nível de 1,5 e 2% de taurina e 3,5% de metionina houve menor formação de proteína carbonil e aumento na atividade da enzima antioxidante superóxido dismutase, além de menor catabolismo protéico. Os dois estudos de crescimento mostraram que os juvenis de jundiá não necessitam de suplementação de taurina, mesmo quando alimentados com dietas contendo fontes vegetais como base protéica, entretanto o terceiro experimento mostrou que a taurina apresenta ação antioxidante, tendo relação com o nível de metionina utilizado.