Avaliação do perfil oxidativo e da atividade de ectoenzimas em pacientes com neoplasia intra-epitelial cervical
Fecha
2008-08-22Primeiro orientador
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Os carcinomas uterinos despontam como uma das doenças malignas mais importantes do trato genital feminino, precedido apenas pelo câncer de mama. As células tumorais podem originar distúrbios oxidativos, bem como prejuízo das defesas antioxidantes desses pacientes. O câncer também pode induzir alterações na coagulação sangüínea que vão desde uma pequena ativação plaquetária até a formação de trombos na circulação, os quais prejudicam a qualidade de vida desses pacientes. Este trabalho teve como objetivo avaliar a influência do carcinoma cervical uterino e de tratamentos como a conização (CNZ) e a radioterapia (RTX) sobre o possível desenvolvimento de processos trombogênicos, sobre o perfil oxidativo e sobre os distúrbios da coagulação. As variações no perfil oxidativo foram analisadas pela determinação de parâmetros como o conteúdo de TBARS e de proteína carbonil, e as defesas antioxidantes através da atividade da enzima catalase e dos níveis de glutationa reduzida (GSH). As desordens tromboembólicas foram analisadas pela determinação da atividade de enzimas como a NTPDase, a E-NPP e a 5 -nucleotidase, enzimas presentes na membrana plaquetária, bem como através da atividade da enzima ADA a qual tem a importante função na degradação da adenosina, que reconhecidamente desempenha funções promotoras de tumor. A avaliação dos parâmetros oxidativos e antioxidantes revelou que os níveis de TBARS, de proteína carbonil, de GSH e a atividade da enzima catalase estavam aumentados no grupo de pacientes não tratados em relação aos demais grupos. O aumentado nível de oxidantes pode ser reflexo de um aumento na sua produção pela célula tumoral. Os antioxidantes podem estar aumentados possivelmente por estar no início da transformação neoplásica tumoral na tentativa de compensar o aumento da produção de espécies reativas. Com relação às enzimas envolvidas nos processos tromboembólicos, os resultados revelaram que ocorreu uma inibição significativa da enzima NTPDase nos grupos tratados há mais tempo tanto por CNZ quanto por RTX, em relação aos grupos tratados recentemente e em relação ao grupo controle. A reduzida hidrólise do ATP poderia estar atuando como forma de prevenção contra a formação do ADP, visto que este nucleotídeo é o principal agente promotor da agregação plaquetária. No caso da
enzima 5 -nucleotidase observamos uma reduzida hidrólise do AMP, em todos os grupos tratados, que pode ser o resultado da reduzida produção de adenosina pela efetividade dos tratamentos. Em todos os grupos tratados por CNZ e RTX a atividade da E-NPP, tanto em soro quanto em plaquetas, estava reduzida em relação ao grupo controle e ao grupo com neoplasia não-tratada, podendo ser o reflexo da reduzida degradação de nucleotídeos, pela ausência das células tumorais, formando menos adenosina, a qual é um agente promotor de tumor e também o substrato para a ADA. A ausência de células tumorais pela efetividade dos tratamentos e a reduzida concentração de adenosina, pode ser responsável pela reduzida atividade da ADA nos mesmos grupos. A inibição da atividade das enzimas E-NPP, 5 -nucleotidase e da ADA nos grupos tratados, pode sugerir o papel dessas enzimas no controle seqüencial das concentrações de nucleotídeos no meio extracelular. A enzima NTPDase parece ser um pouco mais sensível às mudanças provocadas pelo tempo transcorrido após o término dos tratamentos. Pode-se inferir também, que a cirurgia causa maiores alterações nas enzimas E-NPP, 5 -nucleotidase e ADA de plaquetas, pelo fato de que nos grupos tratados recentemente por CNZ estas atividades encontram-se aumentadas em relação grupo tratado recentemente por RTX. Sugere-se, com esses resultados, que há uma possível alteração nas plaquetas, causada pelo processo cirúrgico, o qual seria o responsável pelas modificações enzimáticas observadas e que os tratamentos foram efetivos em combater as células tumorais uma vez que, de uma maneira geral há uma inibição das atividades das enzimas em questão, e também devido ao fato de que os testes de coagulação, possíveis indicadores de trombose associada ao câncer, não demonstraram-se alterados. Corroborando estes achados os exames citopatológicos apresentaram alterações celulares compatíveis com a normalidade. A enzima NTPDase demonstra-se estar envolvida no controle da agregação plaquetária e as enzimas 5`-nucleotidase, E-NPP e ADA parecem estar mais envolvidas no controle dos níveis de adenosina. Palavras-chave: Câncer de útero, radioterapia, conização, estresse oxidativo, plaquetas, trombose, NTPDase, E-NPP, ADA.