Fatores condicionantes do ambiente cooperativo entre órgãos de uma instituição pública
Abstract
A literatura tem revelado as razões ou motivações para empreender ações de
cooperação, bem como alguns fatores de sucesso e elementos facilitadores dos
relacionamentos. Não obstante, as razões são condições necessárias, porém não suficientes
para desenvolvê-los. Por isso, propõe-se que os relacionamentos cooperativos apresentem
motivos para serem concebidos, os quais, por si só, não promovem a intercooperação, apenas
despertam o interesse por ela. No entanto, há na literatura dentre os fatores de sucesso e os
elementos facilitadores , os que se denominam fatores condicionantes do desenvolvimento
de relacionamentos intercooperativos. Observa-se que uma Instituição Pública também
representa uma forma de organização, com suas peculiaridades que a diferem da organização
privada, mas que da mesma forma mantém relações entre seus órgãos. Verifica-se que,
mesmo diante das possibilidades e potencialidades de cooperação entre seus órgãos, estes não
cooperam entre si, (ou raramente cooperam) sem uma motivação calculista. Sendo assim,
pretende-se verificar quais fatores poderiam ser considerados condicionantes para a
manutenção ou para o fortalecimento dos relacionamentos cooperativos entre os órgãos de
uma instituição pública. Por meio da análise de conteúdo realizada nas entrevistas com os
diretores das unidades de ensino da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, foram
levantadas as possibilidades de cooperação entre as unidades, bem como as dificuldades e os
fatores considerados condicionantes à prática cooperativa. Em seguida, a análise fatorial dos
dados levantados pelos questionários aplicados aos servidores docentes e técnico
administrativos, demonstrou que os fatores mais importantes para os servidores da UFSM,
possuem caráter individualista. Para concluir, através de um teste ANOVA, procede-se a
correlações entre os fatores encontrados e as unidades de ensino da UFSM. O estudo das
práticas de cooperação ganha relevância, também, ao se perceber que o ambiente de negócios
está conduzindo ao desafio da competição sem deixar de lado o princípio da cooperação.