Respostas estratégicas às pressões institucionais para a sustentabilidade e a sua relação com o grau de internacionalização
Abstract
Inseridas em um ambiente dinâmico e em constantes transformações, as organizações contemporâneas precisam manter-se atualizadas, de forma a responderem estrategicamente às pressões institucionais recebidas do governo, clientes, órgãos públicos, sociedade, e de seu próprio segmento para a institucionalização de práticas sustentáveis e o alcance de novos mercados na arena global. Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar como as respostas estratégicas dadas às pressões institucionais para a sustentabilidade se relacionam com o grau de internacionalização em empresas do setor moveleiro do RS. Para tanto, a pesquisa foi realizada em duas etapas. A primeira etapa consistiu em uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa e foi operacionalizada por meio de entrevistas exploratórias com três empresas do setor moveleiro do Rio Grande do Sul (RS). Os dados qualitativos foram analisados utilizando-se de técnicas de análise de conteúdo. Na segunda, o estudo caracterizou-se como uma pesquisa de natureza descritiva e abordagem quantitativa e foi concretizada por meio do método survey. O instrumento de pesquisa utilizado nesta etapa foi um questionário desenvolvido com base nos resultados da etapa qualitativa e na literatura sobre o tema. Os dados quantitativos foram analisados por meio de técnicas estatísticas univariadas, bivariadas e multivariadas. O modelo conceitual da pesquisa baseia-se em dois construtos. Para identificar às respostas estratégicas às pressões institucionais para a sustentabilidade utilizou-se do modelo de Oliver (1991), e o grau de internacionalização foi avaliado com base nos indicadores de Floriani (2010). Os resultados obtidos apontam um comportamento de respostas estratégicas diferente para cada etapa. Enquanto a maioria dos respondentes da etapa quantitativa admite respostas do tipo aquiescência, os entrevistados na etapa qualitativa demostram tomar decisões mais ativas, como compromisso e fuga. Esse resultado vem ao encontro da literatura que apregoa que as empresas respondem de formas diferentes, em razão das pressões institucionais impostas. Com relação ao grau de internacionalização, pode-se notar que é baixo o percentual de retorno das vendas das atividades internacionais. Este resultado poderia ser atribuído à escolha do modo de entrada predominante ser a exportação. Esta estratégia de entrada no mercado internacional oferece menos riscos, e demanda menos investimentos, como o caso da atuação de executivos no exterior. Além disso, as empresas indicam que, os países nos quais as organizações têm mantido operações internacionais, as exigências em termos sustentáveis ainda não são um critério decisivo para as negociações. Assim, foi possível constatar que as empresas investigadas possuem um baixo grau de internacionalização. No que tange aos fatores correlacionados, verificou-se que o fator compromisso está associado, embora em nível baixo, com o modo de entrada no exterior. Esta associação sugere que, à medida que as empresas optam por diferentes níveis de entrada no mercado internacional, aumenta o comprometimento destas empresas com os novos países. Constatou-se assim, que as respostas estratégicas às pressões institucionais para a sustentabilidade se relacionam com o grau de internacionalização, no entanto, esta associação apresenta-se como de nível fraco e moderado.