Interação universidade-empresa: uma análise da contribuição dos grupos de pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria
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2015-04-08Metadatos
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A interação entre universidade, empresa e governo é a chave para a inovação e o crescimento em uma economia baseada no conhecimento. Nesse ambiente, intensifica-se a necessidade de interação Universidade-Empresa, gerando benefícios mútuos para os atores envolvidos no processo. A transferência de tecnologia manifesta-se como uma alternativa para as empresas promoverem a inovação e para as universidades obterem fontes complementares de recursos para a pesquisa. Considerando esse contexto, este trabalho visa analisar as características da interação Universidade-Empresa e as principais contribuições para o desenvolvimento dos grupos de pesquisa na Universidade Federal de Santa Maria. A revisão teórica sobre a interação Universidade-Empresa, hélice tripla, modalidades, motivadores, facilitadores e barreiras deste processo contribuíram com subsídios teóricos para o embasamento da pesquisa. Foram pesquisados os 38 grupos que possuem projetos de interação com empresas, conforme dados do censo CNPq 2010. Para a sua execução, foram obtidas evidências a partir de pesquisa quantitativa, pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo (survey) com a aplicação de questionário junto aos grupos de pesquisa. Constatou-se que a maioria dos pesquisadores atua na grande área do CNPq das Ciências Agrárias, na área de Agronomia, predominando o gênero masculino na faixa etária entre 46 e 50 anos e estão lotados no Centro de Ciências Rurais. Trabalham na Universidade Federal de Santa Maria há, pelo menos, três décadas e, na atividade de professor pesquisador, em média, há 15 anos, possuem Pós-doutorado e bolsa produtividade do CNPq. Prevalecem as interações pontuais e esporádicas, de média complexidade de conteúdo tecnológico e o fluxo de conhecimento é, basicamente, dos grupos de pesquisa para as empresas. O grupo de pesquisa avalia o potencial de aplicação dos resultados de suas pesquisas e acompanha a trajetória profissional dos egressos, atribuindo elevada importância às atividades relacionadas à contribuição para o avanço do conhecimento científico, sólida formação acadêmica e profissional dos alunos de graduação, formação de pessoas de alto nível de especialização (mestrado/doutorado), desenvolvimento de pesquisas de vanguarda na fronteira do conhecimento, desenvolvimento de pesquisas que contribuam para a sustentabilidade, desenvolvimento de pesquisas que contribuam para solucionar problemas da região, publicação de resultados de pesquisa em revistas de alto impacto e ao reconhecimento do trabalho de pesquisa do grupo por seus pares. O financiamento das pesquisas é decorrente em grande parte de agências de financiamento, tais como FAPERGS, CNPq, CAPES e FINEP, os recursos da própria universidade e de empresas que representam uma parcela muito pequena. A maior parte dos grupos estudados não utilizou financiamento público para atividades inovativas. Os grupos de pesquisa ainda não avaliam como de alta intensidade as contribuições decorrentes da interação com empresas. A burocracia tem sido a maior dificuldade na aprovação dos projetos de interação Universidade-Empresa.