Desenvolvimento de um modelo de indicadores de gestão de pessoas: o caso dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia
Resumo
De acordo com Bergue (2014) e MPOG (2009), a medição na gestão pública está entre os principais instrumentos para subsidiar os gestores na tomada de decisão, no estabelecimento de parâmetros (ASSIS, 2012) e na comparação de resultados (POMI, 2002). Contudo, mesmo cientes da importância e da necessidade do desenvolvimento, utilização e publicização destes indicadores, boa parte dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFETs) ainda não dispõe de indicadores para a área de gestão de pessoal. Nesse sentido, o presente estudo de caso teve como objetivo geral desenvolver um modelo de Indicadores de Gestão de Pessoas para Institutos Federais, de forma a contribuir com a tomada de decisões gerenciais e facilitar a transparência de informações à sociedade e aos órgãos controladores. Trata-se de uma pesquisa descritiva, prescritiva e de natureza qualitativa. A respeito dos procedimentos técnicos, foram adotadas as pesquisas bibliográfica, documental e de campo. Os dados coletados nos 228 relatórios de gestão, extraídos do banco de dados do TCU, e nas entrevistas com os gestores de pessoal de três IFETs, foram analisados por meio de Análise de Conteúdo. Os resultados iniciais demonstraram que atualmente apenas 15 (quinze) dos 38 (trinta e oito) Institutos Federais possuem um modelo de Indicadores de Gestão de Pessoas contendo um ou mais indicadores, e que as principais dificuldades encontradas pelos IFETs na aplicação destes indicadores estão relacionadas com: escassez de servidores; ausência de um sistema informatizado; priorização de outras atividades; desinteresse por parte da gestão; e inexistência de um modelo padronizado de indicadores. Posteriormente, com base nos resultados das análises bibliográfica e documental, formatou-se um modelo composto por 9 (nove) Indicadores de Gestão de Pessoas, coletados e ponderados por ordem de preferência (aplicação prática) e respaldo teórico: Índice de absenteísmo; Índice de acidentes e doenças ocupacionais; Índice de afastamento; Previsão de aposentadoria; Reposição de aposentadoria; Índice de capacitação; Variação no quadro de servidores; Nível de qualificação; Índice de rotatividade. O referido modelo foi avaliado pelos gestores de pessoal de três Institutos Federais (IF Farroupilha, IFRS e IF Sul) e, de maneira geral, os indicadores propostos atenderam aos requisitos essenciais recomendados pelo MPOG (2010) e demais autores. Além disso, os entrevistados consideram que quase todos os indicadores apresentados possuem aplicação prática, e que o modelo pode contribuir com a tomada de decisões gerenciais e facilitar a transparência de informações à sociedade e aos órgãos controladores.