Controle químico de Eleusine indica (L.) Gaertn. em soja Roundup Ready® e resposta de biótipo ao herbicida glifosato
Resumo
Em geral, no Rio Grande do Sul, o controle de plantas daninhas em lavouras de soja geneticamente modificada e resistente ao herbicida Roundup Ready® (soja RR®) no sistema plantio direto, é realizado com o glifosato. Entretanto, plantas daninhas escapes ao tratamento podem ocorrer, como é o caso de Eleusine indica (capim pé-de-galinha) que é considerada pelos sojicultores planta de difícil controle pelo glifosato. Neste contexto, este trabalho tem por objetivos avaliar a melhor associação de herbicidas no controle de capim pé-de-galinha, combinando herbicidas aplicados em pré-semeadura e pós-emergência de soja RR® em dois estádios de desenvolvimento desta planta daninha (Capítulo I). Avaliar ainda a resposta de um biótipo de capim pé-de-galinha oriundo do município de Tupanciretã (RS) ao herbicida glifosato (Capítulo II). O experimento I (Capítulo I) foi conduzido na safra 2012/2013 em Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico típico pertencente à unidade de mapeamento Tupanciretã. Os resultados do experimento I mostraram que os herbicidas paraquate + diurom (200 g i.a. ha-1) e glufosinato de amônio (400 g i.a. ha-1) são alternativas eficientes ao glifosato visando à dessecação do capim pé-de-galinha na operação de manejo em pré-semeadura da soja RR®. Independente do herbicida dessecante aplicado, o controle de capim pé-de-galinha é superior quando as plantas recebem a aplicação de glifosato (712 g e.a. ha-1) em estádio vegetativo de três a quatro afilhos; e os herbicidas cletodim (96 g i.a. ha-1) e imazetapir (106 g i.a. ha-1) não controlam satisfatoriamente o capim pé-de-galinha em estádio vegetativo a partir de três afilhos em soja RR®. A produtividade de grãos é superior com a aplicação do glifosato em comparação às de cletodim e imazetapir, quando o alvo for capim pé-de-galinha com as plantas no estádio de três a seis afilhos. O experimento II (Capítulo II) foi conduzido em casa de vegetação do Departamento de Fitotecnia (UFSM), em vasos plásticos (5 L) contendo três mudas de plantas de capim pé-de-galinha (dois a três afilhos) com suspeita de resistência a glifosato. Os tratamentos consistiram da aplicação de cinco concentrações do produto (0, 25, 50, 100, 200 e 400% da dose de registro de glifosato, que é de 712 g e.a. ha-1). Os resultados para as avaliações de controle e produção de biomassa seca mostraram que este biótipo de capim pé-de-galinha é suscetível ao glifosato, uma vez que na menor dose de registro (712 g e.a. ha-1) testada, o controle foi superior a 98%.