As pacientes ginecológicas e obstétricas no HUSM/SM: o que sabem da sua internação e a qualidade da informação recebida
Resumo
A atividade médica hoje requer diálogo aberto e franco entre os dois polos do relacionamento: médico e paciente. Esse diálogo é então a principal forma e fonte de informação para o paciente em tratamento. Tendo em mente isso se deve, seriamente, realizar um dos primeiros procedimentos a compor uma relação médico-paciente compromissada e veraz: a paciente precisa ser esclarecida dos motivos pelos quais está sendo internado, qual o desenrolar mais habitual do seu processo de saúde-doença, quais os possíveis procedimentos diagnósticos e terapêuticos que serão instituídos no caso e sobre os procedimentos alternativos cabíveis. Sobremaneira deve ser orientado, da mesma forma, sobre seus direitos e deveres, sobre as dúvidas que apresenta, num enfoque fortalecedor de sua autonomia. O objetivo dessa dissertação é apresentar, sob o ponto de vista das mulheres que estão em tratamento ginecológico ou obstétrico no segundo andar do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), a qualidade e adequação das informações prestadas a elas durante a sua internação e o que sabem e como percebem seu processo de saúde-doença pelos profissionais que as assistem. O presente estudo foi realizado por meio da coleta de informações que preencheram dois requisitos: a realização de uma pesquisa quantitativa e uma pesquisa qualitativa. Na parte quantitativa da pesquisa 399 pacientes aceitaram responder a um questionário fechado e posteriormente foram dividas em três grupos para apresentação e analise dos resultados. Na parte qualitativa da pesquisa dez mulheres aceitaram ser entrevistadas. Com os dados e resultados das duas partes da pesquisa observa-se que houve falhas na relação médico-paciente, com erros principalmente no diálogo do médico para com a paciente. O médico falta ao dar informações e atenção devida à paciente. A paciente tem dúvidas, deseja saber mais e queixa-se da indisponibilidade médica em conversar. Mesmo internada, em instituição hospital universitária, há pacientes que não sabem o diagnóstico, não participam da decisão de tratamento, não têm autonomia.