Farmacobotânica, atividade antiinflamatória e parâmetros bioquímicos de Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dick (Cactaceae)
Resumo
A família Cactaceae compreende aproximadamente 1900 espécies distribuídas em 125 gêneros.
Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck ocorre do México ao Panamá e encontra-se aclimatada em diversos
países. É uma planta arbustiva que atinge 3 a 4 m de altura, possui tronco cilíndrico e com artículos denominados
cladódios que são achatados e carnosos. Esta espécie é conhecida por denominações como palma-doce, palmamiúda,
nopal e nopalito. É utilizada na medicina tradicional como antiinflamatória, analgésica, antimicrobiana e
diurética. Nos cladódios de N. cochenillifera estão presentes, flavonóides, saponinas, taninos e antraquinonas,
sendo destacada a ocorrência de -sitosterol. Estudo farmacobotânico, demonstra que N. cochenillifera apresenta
filocladódio com aréolas composta por três espinhos retos e hialinos. A epiderme unisseriada possui estômatos
paralelocítico e células mucilaginosas, seguido por um colênquima anelar e parênquima paliçádico, em média,
com oito camadas de células. A região vascular é constituída de feixes isolados do tipo colateral aberto e, o
cilindro central, é composto por uma medula parenquimática. As estruturas de mucilagem e as drusas de oxalato
de cálcio ocorrem tanto na região cortical como no cilindro central e estão em maior número próximo aos feixes
vasculares, sendo que as drusas também ocorrem na primeira camada do colênquima. Estas características
morfoanatômicas, quando tomadas em conjunto, são consistentes no controle botânico de qualidade desta
espécie vegetal. A avaliação da atividade antiinflamatória de N. cochenillifera em modelo de indução de tecido
granulomatoso demonstra que os animais tratados com extrato etanólico apresentam 53,5% de inibição da
formação de tecido granulomatoso enquanto que os tratados com nimesulida apresentam 58,5%, confirmando
significativa atividade antiinflamatória. Com os mesmos animais foi realizada a dosagem sérica de AST, ALT,
albumina, creatinina e uréia, onde demonstraram ausência de toxicidade renal e sugerem toxicidade hepática.