Avaliação etnofarmacológica de Jatropha isabellei, Tabernaemontana catharinensis e Viola tricolor visando desenvolvimento de formulação farmacêutica
Abstract
A biodiversidade das plantas constitui uma grande riqueza em potencial para a saúde humana
e o uso de plantas que contém flavonoides, puros ou em combinação, tem crescido devido as
suas propriedades antioxidantes. Vários efeitos biológicos como atividade antitumoral,
antioxidante e anti-inflamatória têm sido atribuídos aos flavonoides, uma vez que eles são
capazes de atuar modulando células envolvidas na inflamação. O conhecimento popular,
sobre o uso das plantas medicinais, serve de embasamento para estudos clínicos,
farmacológicos e químicos, além do desenvolvimento de novos fármacos, e o estudo de
plantas que possuem substâncias que possam agir sobre os radicais livres gerados em nosso
organismo, torna-se de grande importância. Entre as espécies que apresentam atividade antiinflamatória,
estão a Jatropha isabellei e a Viola tricolor, que possuem estudos fitoquímicos
associados à capacidade antioxidante, e a Tabernaemontana catharienesis que não possui.
Este trabalho pretende analisar entre essas espécies, aquela que apresenta potencial como antiinflamatório,
desenvolver uma formulação e submetê-la a estudos de estabilidade. Os ramos e
frutos de T. Catharinensis foram coletados, macerados em etanol (70%), filtrado, evaporado
em evaporador rotatório para remoção do etanol (extrato aquoso), esse foi particionado,
utilizando solventes de polaridade crescente: clorofórmio, acetato de etila e butanol,
quantidade igual de extrato aquoso foi submetido à secura resultando no extrato bruto. A
capacidade antioxidante dos ramos foi superior à dos frutos, o conteúdo de polifenóis, taninos
condensados e alcaloides, não apresentaram relação com a capacidade antioxidante, esse
resultado indica que a capacidade antioxidante esteja relacionada não somente a quantidade,
mas também a diferentes padrões de hidroxilação dos flavonoides. O estudo das frações das
flores de V. Tricolor realizados por Gonçalvez (2008) apresentaram excelentes capacidades
antioxidantes, superiores as encontradas em T. Catharinensis e J. isabellei em estudos de
Fröhlich (2010). Além disso, o mesmo autor encontrou grandes quantidades de rutina em
todas as frações de V. tricolor, e por essas razões foi utilizada no desenvolvimento do gel. As
flores de V. tricolor foram coletadas, maceradas em etanol (70%), o filtrado foi evaporado em
um evaporador rotatório para remoção do etanol, o extrato aquoso obtido foi submetido à
secura obtendo-se o extrato bruto que foi analisado fitoquimicamente e apresentou
quantidades consideráveis de polifenóis, flavonoides, taninos condensados, ácido salicílico e
pequenas quantidades de alcaloides. Métodos para quantificação da rutina no gel e no extrato
foram validados. O gel desenvolvido foi submetido a estudos de estabilidade, por meio de
análises organolépticas, medidas de pH, viscosidade, e quantificação de rutina através do
método validado. O gel apresentou-se estável desde que se mantenham a temperaturas
inferiores a 20ºC.