Efeitos tóxicos da exposição aguda e subaguda a fração acetato de etila da casca da Scutia buxifolia Reissk em camundongos
Date
2014-03-07Metadata
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Planta pertencente à família Rhamnaceae, a Scutia buxifolia é uma árvore de pequeno porte. No Brasil ocorre no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, nestes locais, é conhecida popularmente como coronilha. Através da infusão em água da casca do tronco e das folhas, a S. buxifolia é utilizada com propriedades hipotensora, diurética e cardiotônica. Este trabalho teve como objetivo avaliar a toxicidade aguda e subaguda da fração acetato de etila da casca do caule de S. buxifolia em camundongos machos e fêmeas. Como metodologia foi utilizada as diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE diretrizes 423 e 407). Na análise da toxicidade aguda, uma única dose de 2000 mg/kg de S. buxifolia foi administrada oralmente a camundongos de ambos os sexos. Mortalidade, parâmetros bioquímicos e hematológicos foram avaliados. No estudo de toxicidade subaguda, a fração da planta foi administrada oralmente aos animais, machos e fêmeas, em doses de 100, 200 e 400 mg/kg/dia durante 28 dias. Alterações comportamentais, ganho de peso corporal, consumo alimentar e parâmetros bioquímicos, hematológicos e histológicos foram analisados. Na exposição aguda, não foram encontradas alterações comportamentais. Entretanto, causou diminuição nos níveis de plaquetas nos camundongos machos e fêmeas e redução nos níveis de leucócitos, somente nas fêmeas. No estudo de toxicidade subaguda, não foi observada alteração comportamental, no ganho de peso corporal e na ingestão alimentar em camundongos de ambos os sexos. Houve redução nos níveis de glicose nos camundongos machos tratados com 200 e 400 mg/kg de S. buxifolia e a atividade de aspartato aminotransferase (AST) foi aumentada nos camundongos machos tratados com S. buxifolia na dose mais alta. Em relação aos parâmetros hematológicos, os camundongos machos apresentaram uma redução nos níveis de hemoglobina (HGB) e do hematócrito (HCT), quando tratados com 400 mg/kg da fração da planta. As fêmeas não mostraram mudança nos parâmetros bioquímicos e hematológicos. O exame histopatológico do tecido hepático mostrou pequenas alterações que foram consistentes com as variações bioquímicas observadas. Alterações histopatológicas também foram observadas no rim de animais tratados com 400 mg/kg dasfração da planta. Conforme avaliação da toxicidade aguda, a administração por via oral da fração acetato de etila da casca do caule de S. buxifolia pode ser classificada como segura (categoria 5), de acordo com o guia da OCDE. No entanto, as alterações observadas após a administração subaguda com altas doses de extrato, fração acetato de etila, da casca do caule da S. buxifolia, sugerem que a administração repetida da fração dessa planta pode causar efeitos adversos hepáticos, renais e hematológicos.