Avaliação de biomarcadores associados à inflamação e ao estresse oxidativo em pacientes com câncer de próstata
Resumo
As mudanças nas últimas décadas no perfil de morbi-mortalidade do câncer de
próstata (CAP) vem se tornando um problema de saúde pública em vários países, inclusive no
Brasil. Vários estudos apresentam evidências de que os processos inflamatórios e o estresse
oxidativo são considerados importantes mecanismos envolvidos na patogênese e progressão
do CAP, pois induzem o crescimento celular aberrante, a proliferação e a transformação
neoplásica das células. Considerando a interação destes diferentes mecanismos com o CAP, o
objetivo deste estudo foi avaliar os níveis de proteína C-reativa (PCR), considerado um
biomarcador de processo inflamatório, assim como avaliar os níveis de albumina modificada
pela isquemia (IMA) e da capacidade de redução do ferro no plasma (FRAP), novos
biomarcadores de estresse oxidativo, em pacientes com CAP. Este estudo incluiu 30
indivíduos saudáveis e 25 pacientes com CAP, que tiveram dosados os níveis de PCR, IMA,
FRAP, glicose, colesterol total, HDL colesterol, LDL colesterol, triglicérides, ácido úrico,
creatinina, albumina, aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT),
adenosina desaminase (ADA), antígeno prostático específico total (tPSA), antígeno prostático
específico livre (fPSA) e fração livre do PSA (fPSA%). As concentrações de tPSA, PCR e
IMA foram significativamente maiores em pacientes com CAP, enquanto que as
concentrações de FRAP e fPSA%, foram significativamente menores nestes mesmos
pacientes. Também foi possível observar correlações significativas entre fPSA% e PCR (r = -
0,5059, P < 0,001) e tPSA e PCR (r = 0,5104, P < 0,001). Estes resultados sugerem que os
processos inflamatórios e oxidativos estão aumentados no câncer da próstata, assim como há
uma redução das defesas antioxidantes nesta patologia.