"Pegando feira": trocas, reciprocidade e mercado no feirão colonial em Santa Maria, RS
Fecha
2015-05-20Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
As reflexões que integram esta dissertação são provenientes de uma pesquisa etnográfica realizada, em 2013 e 2014, com camponeses que vendem produtos alimentares em uma feira urbana, situada na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul (RS). O estudo partiu da seguinte pergunta: De que forma os camponeses que comercializam sua produção no Feirão Colonial em Santa Maria, RS, dialogam com as práticas de mercado? . Dessa maneira, a pesquisa teve como objetivo analisar o desenvolvimento, gradativo e repleto de componentes culturais, do saber do negócio na Feira, bem como as práticas e táticas empregadas pelos agricultores na venda de seus itens. Assim, os objetivos específicos foram: verificar as negociações que ocorrem entre feirantes e consumidores, assim como entre os feirantes; observar as relações de sociabilidade; e identificar os saberes que circulam na Feira. Observou-se, dessa forma, que a maneira de inserção no mercado pelos camponeses aceita a lógica deste, a qual é apreendida pela vivência na Feira, o que não significa, entretanto, a transformação do camponês em um capitalista, já que as atitudes são diferenciadas. Isto é, grande parte dos feirantes tem um modo de produção familiar e integra-se à Feira para suprir as necessidades de sua família, utilizando o ganho obtido para esse fim. Além disso, percebeu-se que a campesinidade ou o ethos de colono influencia na conduta econômica. Verificou-se, também, o quanto a Feira é um espaço importante para a sociabilidade e para a obtenção de conhecimento acerca do mundo urbano, do mercado e também de sua condição enquanto camponeses.