Repercussões da estimulação sensório-motora oral no crescimento e estado nutricional de crianças nascidas pré-termo
Resumo
Objetivos: verificar o crescimento, o estado nutricional, a introdução dos alimentos complementares, a prevalência e a duração do aleitamento materno exclusivo em crianças nascidas pré-termo participantes de um programa de estimulação sensório-motora oral (ESMO), no período neonatal. Metodologia: Amostra composta por 36 crianças, com idades entre 9 e 23 meses de idade corrigida. Do total, 21 receberam ESMO (GE) e 15 foram controles (GC). A avaliação do crescimento e estado nutricional incluiu: avaliação antropométrica (peso, comprimento, perímetro cefálico e dobra cutânea tricipital), análise da composição corporal (Bioimpedância elétrica (BIA)) e avaliação bioquímica. Foi investigada também a duração do aleitamento materno exclusivo, época de introdução dos alimentos complementares, dificuldades na introdução e algumas variáveis maternas e familiares. Resultados: A maioria das crianças apresentou peso e estatura adequados para a idade e sexo, no entanto houve uma redução significativa no percentual de crianças com comprimento e perímetro cefálico abaixo do percentil 10, em relação ao nascimento, no GE. Os resultados obtidos através da BIA foram semelhantes entre os grupos, sendo os valores do ângulo de fase semelhantes aos encontrados em crianças nascidas a termo e saudáveis. O ferro sérico foi menor nas crianças do GE quando comparadas as controles (p<0,05). As demais variáveis bioquímicas não mostraram diferenças significantes entre os grupos. A prevalência de anemia ferropriva foi de 14,3% no GE e de 6,7% no GC (p>0,05). Aleitamento materno exclusivo ocorreu em 52,4% das crianças do GE e em 40% das do GC, sendo a duração do mesmo de 88,6 (±72,3) dias para o GE e 101,67 (±67,3) dias para GC. A introdução da alimentação complementar ocorreu em média antes dos 6 meses, nos dois grupos, sendo que um percentual maior de crianças do GC apresentou algum tipo de dificuldade, nesta introdução. Conclusão: Embora a ESMO não tenha interferido no estado nutricional das crianças avaliadas, parece ter influenciado positivamente no comprimento e perímetro cefálico, uma vez que houve uma redução significante no percentual de crianças com crescimento menor do que o percentil 10 para estas variáveis, no grupo que recebeu estimulação motora-oral, no período neonatal.