Sinais de risco psíquico em bebês na faixa etária de 3 a 9 meses e sua relação com variáveis obstétricas, sociodemográficas e psicossociais
Fecha
2016-07-15Metadatos
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A presente dissertação foi elaborada a partir do questionamento a respeito da possibilidade de detecção precoce
de risco psíquico desde a mais tenra idade, sob uma perspectiva psicanalítica, considerando o desenvolvimento
infantil enquanto fenômeno global em que o psíquico é um dos pilares estruturantes (CORIAT;
JERUSALINSKY, 1996). Nessa perspectiva, foi desenvolvida uma pesquisa quali-quantitativa, cujos três
grandes objetivos foram: analisar a frequência de risco psíquico ou risco ao desenvolvimento em uma amostra de
bebês, comparando-os quanto a idade gestacional (prematuridade versus nascimento a termo); analisar e
relacionar os resultados obtidos por meio dos IRDIs e dos sinais PREAUT; e verificar possíveis associações
entre a presença de risco psíquico e fatores obstétricos, psicossociais e sociodemográficos. Para tal, foram
avaliados 80 bebês, sendo 25 prematuros e 55 a termo entre os três e nove primeiros meses de vida, com o
objetivo de avaliar a presença ou ausência de risco psíquico a partir da aplicação dos dois protocolos e da escuta
familiar em entrevistas. Em relação aos sinais PREAUT, verificou-se que na avaliação do quarto mês, 15 bebês
prematuros (60%) e 27 bebês a termo (49%) apresentaram ao menos um sinal PREAUT ausente. E, na avaliação
dos nove meses, o número foi reduzido para seis bebês prematuros (24%) e onze bebês a termo (20%) com ao
menos um sinal PREAUT ausente. Dentre as variáveis obstétricas, psicossociais e sociodemográficas que
apresentaram valor estatisticamente significativo para o desfecho presença de ao menos um sinal PREAUT
ausente, têm-se: a prematuridade, o sexo do bebê, presença de dificuldade alimentar do bebê, o bebê explorar seu
corpo e o ambiente a sua volta livremente, a mãe (ou aquele que exerce a função materna) possuir um cônjuge
que a apoie e possuir uma atividade profissional. Quanto aos IRDIs aplicados em três momentos distintos,
obteve-se frequências distintas em cada fase. Na fase I, obteve-se uma frequência de 14 bebês prematuros (56%)
e 25 bebês a termo (45,45%) com ao menos um IRDI ausente; na fase II, os valores reduziram para onze bebês
prematuros (44%) e treze bebês a termo (23,64%); e, na fase III, a frequência foi de seis bebês prematuros (24%)
e onze bebês a termo (20%) com ao menos um IRDI ausente. Dentre as variáveis obstétricas, psicossociais e
sociodemográficas que apresentaram relação com a ausência de IRDIs, obteve-se: o Apgar do 1', o sexo do bebê,
o tipo de aleitamento até o sexto mês de vida, com quem a criança dorme (co-leito), a idade materna, se a mãe
(ou aquele que exerce a função materna) possuir um cônjuge que a apoie, bem como se ela possui alguma
atividade profissional. Além disso, verificou-se, a partir do coeficiente de concordância kappa, que os dois
protocolos, apesar de apresentaram um alto nível de concordância, utilizam diferentes sinais fenomênicos para
avaliar a presença de risco psíquico. A presente pesquisa revelou que há uma correlação positiva entre a presença
de risco psíquico e ao desenvolvimento infantil em relação às variáveis obstétricas, psicossociais e
sociodemográficos. Revelou também a necessidade de utilização complementar do Protocolo IRDI e do
Questionário PREAUT, pois permitem verificar, a partir de sinais fenomênicos diferentes, o risco ao
desenvolvimento infantil como um todo, para além do risco psíquico,