Da economia tradicional do bem-estar à importância da equidade em saúde para o desenvolvimento humano
Abstract
A presente dissertação tem como objetivo incorporar o conceito de equidade em saúde e sua importância na discussão sobre desenvolvimento humano, dentro da Economia. Inicialmente, uma conversa entre saúde e economia parece algo impossível, e para atingir este objetivo, o presente trabalho apresenta uma trajetória bibliográfica que tem início na teoria tradicional do bem-estar e chega até a abordagem das capacitações. Ao adotar o conceito de desenvolvimento humano, proposto pela abordagem das capacitações, e o conectar com o conceito de equidade em saúde, tem-se uma conversa bastante rica em termos de avaliação da vida das populações. A abordagem das capacitações adota um conceito multidimensional para o desenvolvimento humano, para o qual a vida das pessoas é o fim último; a equidade em saúde refere-se também a um conceito multidimensional que abrange desde fatores genéticos dos indivíduos até o cenário macroeconômico no qual estão inseridos. Desta forma, a equidade em saúde encontra abertura para participar da discussão econômica sobre desenvolvimento humano, através da multidimensionalidade que a conecta com a abordagem das capacitações. Ampliar a visão da Economia baseada no bem-estar, fundamentado na maximização das utilidades dos indivíduos e no desenvolvimento baseado na renda, para uma visão que abrange o indivíduo em sua totalidade, constituída de valores e características sociais e individuais específicas, torna-se uma questão indispensável quando se reconhece que as pessoas são a finalidade última do progresso dos países. A pesquisa bibliográfica realizada permite identificar que a equidade em saúde é inerente ao sucesso humano, social e econômico das nações, é também uma importante preocupação contemporânea no contexto internacional e representa um objetivo que está fortemente ligado ao desenvolvimento humano.