Implicações dos fatores de risco para doenças cardiovasculares
Fecha
2015-03-13Metadatos
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As doenças cardiovasculares (DCV) estão entre os principais problemas de saúde pública em todo o mundo, representando a principal causa de morbimortalidade. O risco de desenvolver DCV é avaliado com base na análise conjunta de características que aumentam as chances de eventos cardiovasculares futuros. O conhecimento desses fatores de risco para doenças cardiovasculares torna-se fundamental para o estabelecimento de estratégias de prevenção. Apesar de muitos estudos serem conduzidos sobre as DCV, cada população possui características próprias e dificilmente fatores comportamentais e metabólicos irão acometer indivíduos de forma idêntica. Dessa forma, analisou-se o perfil dos fatores de risco cardiovascular (FRC) (artigo 1) e a associação entre proteína c-reativa ultrassensível (PCR-us) e os FRC (artigo 2) de usuários de um programa de promoção de saúde da cidade de Santa Maria. As análises dos 419 (artigo 1) e 66 (artigo 2) casos estudados foram realizadas a partir de registros do banco de dados do projeto de pesquisa e extensão "Efeitos de um programa de exercícios físicos orientado e do acompanhamento nutricional individualizado sobre alguns fatores de risco da síndrome metabólica", proporcionado pelo Núcleo de Estudos em Exercício Físico e Saúde (NESEFIS) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) entre 2007 e 2013. A circunferência da cintura (CC) elevada foi o FRC mais prevalente (66,6%). Triglicerídeos (TG) elevados foi encontrado em 48,7% dos indivíduos seguido pela hipertensão arterial (HA) sistêmica (41,3%) e colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-c) baixo (39,8%). A glicemia elevada esteve presente em 24,3% do grupo estudado. 45,8% apresentou menos de três FRC. Dos indivíduos com síndrome metabólica 36,3% apresentaram quatro ou mais FRC. Cabe ressaltar, a associação encontrada entre a CC e a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) nos homens e entre TG e PAS e PAD em ambos os sexos. Todos os FRC se apresentaram estatisticamente significativos para SM, porém PAS e PAD apresentaram maior magnitude com 6 e 2,77 mais chances de levar a SM em relação a quem as tem em valores normais (artigo 1). Pôde-se observar correlação significativa entre os níveis de PCR-us com massa corporal (r = 0,34; p < 0,05), e CC (r=0,31; p < 0,05). A PCR-us e os demais FRC analisados (PA, perfil lipídico e glicemia alterados) não apresentaram correlações significativas. A PCR-us esteve inversamente correlacionada com os valores de triglicerídeos e glicemia de jejum (artigo 2). Diante da análise dos dados encontrados, foi possível observar expressivas prevalências, associações e razão de chances dos FRC. Ainda, foi observado que os indicadores antropométricos, definidos pela circunferência da cintura e a massa corporal, foram correlacionados de forma estatisticamente significativa com os níveis de PCR-us. Estes achados reforçam a necessidade do delineamento de estratégias de acompanhamento e controle não só dos FRC isoladamente como também suas agregações a fim de diminuir o impacto das DCV nestes indivíduos.